Bolsonaro amarra a direita
Assim como fez Lula para a eleição de 2018, ex-presidente se aferra a candidatura inviável e se consolida como maior trunfo para a reeleição do petista

Durou dois dias o discurso em que Ronaldo Caiado (União) ousou desafiar a mobilização em torno da reabilitação de Jair Bolsonaro para concorrer à presidência da República em 2026.
Depois de se dizer “desencabrestado”, o governador de Goiás acho que era uma boa ideia comparecer à manifestação que Bolsonaro convocou em nome dos condenados pelo 8 de janeiro, mas que faz parte de sua tentativa de conseguir anistia para si mesmo.
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Ao lado deles estavam outros três governadores cotados para disputar a eleição presidencial pela direita em 2026, Tarcísio de Freitas (republicanos), de São Paulo, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.
Também foram Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina, e Wilson Lima (União), governador do Amazonas. Claudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro, só não apareceu porque tinha assuntos mais urgentes, por causa das chuvas em seu estado.
Pequeno ou grande?
Já era esperado que a manifestação teria mais pessoas do que a do Rio de Janeiro, e também do que o ato contra a anistia convocado pela esquerda. Mas, mais uma vez, os organizadores desafiam as estimativas para dizer que havia muito mais manifestantes e projetar grandeza.
Essa é uma questão determinante no momento: apesar de o bolsonarismo não ser pequeno, ele também não parece grande o bastante para impor a própria vontade. O vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre a anistia é a medida perfeita sobre isso.
Quatro dias depois de publicado, seu post no Instagram está chegando a 60 milhões de visualizações. É um número expressivo, mas está muito longe do impacto do vídeo sobre o monitoramento do Pix, que ultrapassou 120 milhões de views, mais que o dobro, em apenas 24 horas.
Isso confirma que a anistia não é uma pauta nacional, como indicam, uma após a outra, as pesquisas de opinião sobre o assunto. A maior parte da população é contra anistiar os condenados pelo 8 de janeiro, talvez por perceber que o objetivo é mesmo anistiar Bolsonaro.
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Eleição
Ocorreu algo parecido com Lula na perspectiva da eleição de 2018. O petista não teve força o bastante para evitar a prisão, mas conseguiu evitar a perda de relevância política, alegando que estava sendo perseguido. Aliás, não era apenas ele o perseguido no discurso, mas os “pobres”.
Sem conseguir evitar a prisão pela condenação na Operação Lava Jato, o petista não abriu mão de uma candidatura juridicamente inviável e levou toda a esquerda para dentro da cadeia, em Curitiba.
Apoiado nas pesadas condenações impostas a quem participou do quebra-quebra em 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro segue o mesmo roteiro, à espera de que um acaso do destino — ou uma “leitura política” do Supremo Tribunal Federal (STF) — recompense seus esforços.
Encarcerada com Lula, a esquerda perdeu a eleição de 2018. Que a direita siga amarrada a Bolsonaro é, hoje, a maior esperança de reeleição para o petista, que, dois anos depois de tomar posse, ainda não conseguiu justificar a própria eleição.
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Comentários (5)
José Marques Castello Branco
08.04.2025 07:48Não somente AMARRA A DIREITA como os conduz de modo a QUE TODOS SEJAM QUEIMADOS perante sua MANADA DE VACAS LOUCAS DESVAIRADAS... Não há dinheiro que pague uma foto dessas : $ila$ Mala$$$heia$$$ amarrado e queimado junto a esta RÉQUA DE SACRIPANTAS E CANALHAS, VADE RETRO SÚCIA DE ESPIRITOS IMUNDOS !!!
Silvana
07.04.2025 11:33O problema é que eles sabem que uma parte significativa e principalmente muito ativa nas redes sociais é militante bolsonarista. Têm medo de cair em desgraça com esse pessoal .
Annie
07.04.2025 10:26Bolsonaro com sua ambição pelo poder assim como seu opositor Lule arrasta a direita para o buraco.
Marcia Elizabeth Brunetti
07.04.2025 09:59O que é isso, gente!!! O que eles querem?? Será que terei que continuar isentona??
Fabio B
07.04.2025 09:59Além do discurso batido de perseguição, ainda capricha na foto cafona de sempre. Peito estufado, pose de super-herói de fundo de quintal e expressão forçada de quem tenta parecer estadista, mas entrega personagem de novela ruim.