Governo abandona meta fiscal e dólar dispara
Moeda brasileira registrou a pior performance entre as emergentes,; juros futuros acompanharam piora na percepção do mercado após Haddad abandonar ideia de superávit de 0,5% para 2025
A apresentação do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) 2025 pela equipe econômica nesta segunda-feira, 15, foi um choque de realidade para quem ainda acreditava nas previsões do ministro Fernando Haddad (Fazenda) sobre as contas públicas.
A proposta encaminhada para o Congresso Nacional pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto), abandonou a ideia de superávit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano que vem e projeta déficit zero para o período, quando receitas e despesas (excetuando-se as relacionadas a juros) se equilibram.
A mudança preocupou parte do mercado e fez com que o dólar disparasse e chegasse a 5,21 reais durante a sessão. O receio com a responsabilidade fiscal do atual governo fez com que a divisa brasileira registrasse a pior performance em um grupo de moedas de 23 países emergentes. Mais para o final do dia o dólar se afastou das máximas para encerrar a sessão em 5,18 reais, o maior patamar em seis meses.
Juros futuros
Os juros futuros também operaram pressionados com piora na percepção fiscal e fecharam a sessão em alta em todos os vencimentos. Os mais longos registraram as maiores diferenças com avanços de até 20 pontos base nas taxas.
A precificação da Selic, com base na curva de juros, ultrapassou os 10,10% ao ano pela primeira vez este ano, o que demonstra a incredulidade do mercado no espaço do Banco Central para mais cortes na taxa básica de juros. No momento, os investidores apostam somente em mais duas reduções até o fim do ano.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, terminou o dia em queda de 0,49%, aos 125,3 mil pontos. Entre as principais contribuições para o resultado, Itaú (-1,69%), B3 S.A. (-1,96%) e Localiza (-2,45%) foram as três mais relevantes.
Na ponta oposta, BRF (+10,15%), Petrobras (0,95% PN; 1,46% ON) e Vale (0,58%) foram as mais relevantes no dia.
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