STF “não vai aceitar” impeachment de ministros por ‘vingança’, diz Gilmar
"Se for por conta do voto de um ministro, seria irregular", afirmou o decano
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou na segunda-feira, 15, que a Corte “não vai aceitar” impeachment de ministros motivados por ‘vingança’.
“Não espero que o Senado venha a agir para buscar vindita [vingança] em relação ao STF. Impeachment deve ser um processo regular. Se for por conta do voto de um ministro, seria irregular. O STF não vai aceitar”, disse o decano, segundo a CNN Brasil.
Em 14 de outubro de 2024, Gilmar disse à CNN Brasil que o STF pode discutir a validade do processo de impeachment contra seus próprios integrantes.
“Se vier por acaso a tramitar um processo contra um ministro, certamente haveria discussão se essa lei foi recepcionada, uma lei que foi feita sob a Constituição de 1946, se ela foi recepcionada pela Constituição de 1988”, disse.
Na ocasião, Gilmar afirmou não ver “perigo” de um processo de impeachment contra um ministro do STF.
“Não há nenhuma falta cometida pelo ministro Alexandre de Moraes ou qualquer outro ministro, que justifique um impeachment, ou sequer a abertura de procedimento de impeachment no Senado”, disse.
A discussão sobre o impeachment de ministros do Supremo foi retomada após a condenação de Jair Bolsonaro por golpe de Estado a 27 anos e três meses de prisão.
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Gilmar, anistia e o voto de Fux
O ministro Gilmar Mendes, do STF, afirmou na segunda, 15, que uma eventual anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados pela trama golpista “é ilegítima e inconstitucional”.
“Nós temos um diálogo muito profícuo, muito respeitoso e muito efetivo com o presidente Hugo Motta, com o presidente Davi [Alcolumbre] e temos toda a confiança neles. Temos confiança no respeito à institucionalidade. Eu estou convicto de que ela é ilegítima e é inconstitucional”, disse o decano da Corte, em evento de inauguração da nova sede do IDP, em São Paulo.
Para Gilmar, a decisão da Primeira Turma de condenar Bolsonaro à prisão representa um “belo exemplo para o mundo de que tentativas de golpe, de atentados contra a democracia precisam ser punidos”.
Sobre o voto do colega Luiz Fux, que se manifestou a favor da absolvição de Bolsonaro e dos demais réus do “núcleo 1”, Gilmar falou em “incoerências”.
“Não vejo assim. Acho até, como todas as vênias, que o voto do ministro Fux está preenchido de incoerências. Porque, a meu ver, se não houve golpe, não deveria ter havido condenação. Condenar o Cid e o Braga Neto e deixar todos os demais de fora parece uma contradição nos próprios termos”, disse.
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Comentários (8)
ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO
17.09.2025 18:24Se apurarem direitinho a denúncia do Tagliaferro contra Moraes existirão bons motivos para esse "impeachment".
MARCOS
16.09.2025 17:31SE O IMPEACHMENT DE MINISTRO DO stf FOR APROVADO PELO LEGISLATIVO, OS DEUSES SIMPLESMENTE NÃO ACEITARÃO O FATO E VAI FICAR POR ISSO MESMO E PONTO FINAL. QUEM VAI PEITAR O stf??? SÃO ELES QUE MANDAM.
Marian
16.09.2025 17:23A constituição é obrigatória para todos, ou não é?
Fabio B
16.09.2025 17:09Basta alegar vingança, assim fica completamente blindado.
Luis Luz
16.09.2025 16:05Posso até estar enganado, mas penso que essa declaração desprovida de qualquer fundamento manifestada pelo nobre ministro já poderia lhe proporcionar um pedido de impeachment. Aliás, penso que todos os 11 ministros atuais do STF já deram azo a que todos sejam passivos de pedidos de impeachment, principalmente o Toffoli, o Alexandre e, acima de todos, o Gilmar.
CLAUDIO NAVES
16.09.2025 12:10O STF precisaria aceitar ?
Ana Amaral
16.09.2025 10:45Esse senhor é sem limite. Ainda ele é seus pares vão infelicitar muito o país.
Rosa
16.09.2025 09:52Kkkkk