A Fundação Perseu Abramo, braço acadêmico do PT, preparou uma cartilha para instruir os candidatos do partido sobre como “acessar o coração dos evangélicos” na campanha municipal deste ano. A mesma instituição elaborou material para municiar os candidatos sobre a melhor forma de lidar com o tema “segurança”, alvo de desconfiança mesmo entre os eleitores petistas.

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A Folha de S. Paulo publicou trechos da cartilha religiosa da fundação petista, que conta com passagens bíblicas e trechos de músicas gospel. Entre as instruções está “lembrar que o PT criou a Lei de Liberdade Religiosa”. Na verdade, a lei foi sancionada por Lula em 2003, mas o autor do projeto foi Paulo Gouvêa, então deputado federal do PL.

O material diz também que Lula assinou a criação do Dia Nacional da Marcha para Jesus. É verdade, foi em 2009, mas quem propôs a data foi o então senador Marcelo Crivella, hoje deputado federal pelo Republicanos.

“Nunca defenderam o fechamento de igrejas”

Essas alegações devem ser usadas para “mostrar que o partido e suas lideranças nunca defenderam o fechamento de igrejas”, de acordo com a cartilha, que diz também que “a família é considerada um bom caminho para acessar o coração dos evangélicos”.

Sobre o que não fazer para conseguir votos dos evangélicos, a Fundação Perseu Abramo diz que “não tomar o nome de Deus em vão é um dos Dez Mandamentos (Êxodo, 20) conhecido por todos os cristãos”.

“Para quem não acredita, o melhor é não falar sobre isso e não tentar citar a Bíblia sem a conhecer, sob risco de prejudicar sua credibilidade e criar resistências. Lembre-se: só mencione Deus se sua fala for efetivamente sobre ele”, prega a fundação petista.

Não tem milagre

Quem andou falando em Deus sempre que podia por algumas semanas foi o presidente Lula (foto), na tentativa de recuperar a popularidade perdida. Ele também reclamou da “putaria” em filmes. E seu governo incluiu nas propagandas expressões religiosas como “Graça alcançada, Senhor”.

Entre as dicas da Fundação Perseu Abramo para os petistas que disputam cargo público neste ano está também não se referir aos evangélicos que cometem erros ou crimes de forma genérica:

“Se tem uma coisa que todos os evangélicos sabem é que todas as pessoas cometem pecados e que nenhuma delas merece o sacrifício de Jesus ao morrer na cruz. Isso quer dizer que ninguém deve ser considerado mais cristão que outra pessoa, nem por ter feito algo bom nem por ter feito algo ruim”.

Agora é seguir a cartilha e rezar pelos votos.

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