Fávaro minimiza suspeitas no leilão de arroz: “Faz parte”
Ministro prestou esclarecimentos nesta quarta-feira, 19, na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, minimizou as suspeitas apontadas no leilão de arroz feito pelo governo do presidente Lula (PT). O chefe da pasta prestou esclarecimentos nesta quarta-feira, 19, na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
“Anulou o processo porque faz parte, e é num ato da gestão, combater qualquer tipo de conflito de interesse. É a prevenção. É a prevenção. Não se trata de juízo de valor. É muito importante dizer que a exoneração do ex-ministro Neri Geller não se trata de um ato de juízo de valor”, disse Fávaro.
O cancelamento do leilão de arroz foi anunciado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no último dia 11, mesmo dia em que o próprio Fávaro anunciou a saída do então o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, do governo. Um ex-assessor de Geller, que também é sócio do filho dele em uma empresa, foi um dos negociadores do leilão. Entidades agrícolas e membros da oposição apontaram um suposto favorecimento da corretora do ex-funcionário de Neri Geller na concorrência.
“Apesar do ato falho de ter o filho ligado com a empresa que operou esse leilão, não teve nada de errado que possa sofrer condenação. Mas precisa ser investigado. Por isso, o presidente Lula determinou que a CGU faça a investigação, que e a Polícia Federal faça a investigação. É fundamental para transparência, isso dá credibilidade às ações do governo”, disse Fávaro.
Em audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara nesta terça-feira, 18, Neri Geller afirmou somente ter conversado com Fávaro e dito não ter envolvimento com as supostas fraudes. “Eu não devo. E, por isso, que eu fiquei chateado, sim, com o ministro da Agricultura com a forma como eu saí do governo”, disse.
Quais são as suspeitas sobre o leilão?
Como mostrou Crusoé, no leilão realizado no dia 6 deste mês, para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz, o governo federal aceitou que um pequeno supermercado, na região central de Macapá, fosse responsável por negociar mais da metade do valor negociado. A Wisley A. de Sousa LTDA, nome empresarial do supermercado “Queijo Minas”, ficaria sob a responsabilidade de entregar 147,3 mil toneladas do grão, em uma transação superior a 736 milhões de reais.
O governo do presidente Lula anunciou a compra de arroz logo após o início das enchentes no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.
A Conab explicou que, no atual modelo de leilão, a estatal só fica sabendo quem são as empresas vencedoras após os resultados da operação. Isso porque quem intermedia as negociações são as bolsas de cereais.
O arroz seria vendido em pacotes de 5 quilos por um preço tabelado de R$ 20 e teria o rótulo do governo.
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