Ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid confirmou à Polícia Federal, em depoimento prestado na segunda-feira, 11, a realização de cinco reuniões entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, membros do seu governo e militares para a discussão de um plano de golpe de Estado, publicou O Globo.

Entre as reuniões confirmadas por Cid está aquela na qual Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência, e o advogado Amauri Feres Saad apresentaram a Bolsonaro uma minuta com proposta de um decreto de golpe de Estado.

Aos investigadores, Cid afirmou que o texto foi discutido novamente em um encontro posterior entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas, após ajustes solicitados pelo próprio ex-presidente.

O terceiro encontro detalhado por Cid foi conduzido pelo coronel Bernardo Romão Correia Neto, assistente do Comando Militar do Sul na época.

Realizada em 28 de dezembro de 2022, a reunião contou com a participação de oficiais com formação em forças especiais e assistentes de generais supostamente favoráveis ao golpe.

Segundo o jornal, mensagens interceptadas no celular do tenente-coronel revelaram que Correia Neto foi responsável por selecionar os convidados do encontro que discutiu a execução de um golpe de Estado.

Em 12 de dezembro de 2022, um quarto encontro foi realizado com a presença do major Rafael Martins. Durante a reunião, os militares teriam discutido a estratégia para implementar um golpe.

Conversas no celular de Cid mostram que Rafael Martins solicitou ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro o pagamento de 100 mil reais para financiar a viagem de manifestantes a Brasília.

Além disso, Mauro Cid também confirmou a realização da reunião ministerial de 5 de julho de 2022, na qual o general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, sugere uma virada de mesa.

À PF, Cid afirmou que estava presente na reunião para operar os equipamentos e fazer gravações a pedido de Bolsonaro.

O vídeo do encontro foi encontrado pela PF no computador do ex-ajudante de ordens da Presidência.