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Os métodos do Hezbollah no Brasil e a importância da cooperação

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Felipe Moura Brasil
5 minutos de leitura 09.11.2023 11:01 comentários
Opinião

Os métodos do Hezbollah no Brasil e a importância da cooperação

A atuação na tríplice fronteira é tão vantajosa para o Hezbollah que despertar atenção contra ela só compensaria se o objetivo fosse mostrar que...

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Os métodos do Hezbollah no Brasil e a importância da cooperação
Foto: Divulgação/PF

A atuação na tríplice fronteira é tão vantajosa para o Hezbollah que despertar atenção contra ela só compensaria se o objetivo fosse mostrar que “ninguém está a salvo no mundo”, avaliou o major Frederico Salóes, especialista em combate ao terrorismo, em entrevista ao Estadão, publicada um dia após a prisão de terroristas do grupo libanês que planejavam atacar judeus em território brasileiro.

Segundo ele, os crimes praticados na divisa entre Brasil, Argentina e Paraguai (na foto, reunião entre chefes de Polícia e Forças de Segurança do Mercosul, realizada nesta quarta-feira, 8) podem “financiar a atividade terrorista de organizações como o Hezbollah”, também interessado no uso da região “para o chamado esfriamento, que é o refúgio de terroristas após atentados”.

“Aqui temos miscigenação e um grande acolhimento de imigrantes, um contexto propício para o esfriamento ou para o planejamento de atentados com certa facilidade. É cada vez mais forte o nexo entre crime e terror. Por exemplo, uma organização terrorista pode transportar droga pelo Sahel (na África) para a Europa a serviço de uma organização criminosa e cobrar pedágio pelo trabalho”, explicou o Instrutor de Guerra Irregular na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), formado pelo Centro de Instrução de Operações Especiais.

“Manter o Brasil fora do alvo do terror compensa em razão das atividades desenvolvidas aqui, como a lavagem e o uso do País para o esfriamento. Se um atentado aqui tem êxito, a resposta seria um aumento da fiscalização, perturbando aquelas atividades. Para superar esses benefícios e agir no Brasil, seria preciso pensar no impacto psicológico de um atentado no Brasil. Ele seria grande. E demonstraria que qualquer um pode ser atacado, que ninguém está a salvo no mundo, nem mesmo quem está em um país tropical, sem tradição desse tipo de ação”, avaliou Salóes.

Para ele, “é extremamente importante” a cooperação internacional, como neste caso em que a agência de inteligência de Israel, Mossad, ajudou a Polícia Federal brasileira.

“E não só do Mossad, mas da Interpol, do adido policial brasileiro em Israel. A cooperação entre as agências e a capacidade de análise de informações são fundamentais para frustrar essas ações. O Brasil tem se mostrado capaz de compartilhar informações e de vencer o ego entre as instituições, o que é necessário para se poder atuar de forma proativa positivamente. É preciso ainda haver confiança entre os elementos dos diversos órgãos para o sucesso da missão”, completou.

Ouviu, Dias Toffoli?

Para anular as provas do acordo de leniência da Odebrecht, onde era chamado de “amigo do amigo do meu pai”, o ministro do STF tratou como “clandestina” a cooperação internacional entre autoridades da Suíça(!) e procuradores da Lava Jato e, mesmo após o governo Lula ter reconhecido a existência da formalização, ele manteve sua decisão monocrática, criticada em relatório do Grupo Antissuborno da OCDE.

Isto porque neutralizar esquemas de suborno, tráfico de drogas e terrorismo, cujos efeitos são deletérios para qualquer sociedade, requer a agilidade e a urgência que a burocracia atravanca, tornando não apenas legítimos, mas recomendáveis, os contatos individuais e o eventual compartilhamento de informações não sigilosas entre agentes de diferentes países.

A atuação do Hezbollah no Brasil, como ainda mostrou Crusoé, remonta a 1994, quando um número de celular pré-pago de Foz do Iguaçu, usado por um operador do grupo, o libanês Salman el Reda, apareceu nas investigações do atentado a bomba contra a Associação Mutual Israelita Argentina, Amia, que deixou 85 mortos.

Mais recentemente, na esteira da matéria que publiquei em O Antagonista, Extremista recebido por ministro de Lula zomba de mulher sequestrada, O Globo registrou que “o militante do PCdoB Sayid Marcos Tenório”, até então assessor de um deputado federal do partido aliado do PT, “construiu uma longa e discreta atuação no Congresso a favor dos interesses do Irã e do Hezbollah, grupo paramilitar criado no Líbano e financiado pelo regime xiita de Teerã, através de uma rede de contatos controversa”.

O embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, disse ontem ao mesmo jornal que “o interesse do Hezbollah em qualquer lugar do mundo é matar os judeus”. “Se escolheram o Brasil, é porque tem gente que os ajuda”, afirmou o diplomata. “O Hezbollah ia fazer no Brasil o mesmo que fez na Argentina. O grupo é financiado pelo Irã e pelo tráfico de drogas, principalmente”, confirmou Zonshine.

Em vez de escalar o ministro da lacração, Flávio Dino, para cometer a deselegância de responder o que ninguém afirmou, dizendo que “nenhuma força estrangeira manda na PF”, Lula, que nunca implementou uma política de segurança nas fronteiras, deveria agradecer a Israel pela ajuda do Mossad em evitar novas mortes de brasileiros, mas o presidente anda ocupado demais citando os números do Hamas, plantados diariamente na imprensa lulista.

Ninguém, em território brasileiro, está a salvo dessa gente.

Assista a trechos do Papo Antagonista sobre esses temas:

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