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Lula é um perigo para a democracia brasileira

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Mario Sabino
5 minutos de leitura 24.01.2022 12:05 comentários
Opinião

Lula é um perigo para a democracia brasileira

O Estadão publicou um editorial intitulado "O mal que Lula faz à democracia", no qual constata que a memória dos brasileiros parece estar definhando em relação a todos os pecados que o chefão petista cometeu ao longo da da sua carreira política. É como se a sociopatia de Jair Bolsonaro empalidecesse o caudilhismo de Lula (foto). De fato, é preciso livrar-se o quanto antes do primeiro -- e só não nos livramos dele no ano passado, porque tanto Centrão quanto oposição, PT inclusive, preferiram deixar que o atual inquilino do Planalto sangrasse até a eleição presidencial, a fim de colher benefícios fisiológicos e eleitorais, respectivamente. Mas substituir Jair Bolsonaro por Lula é um perigo para a democracia brasileira...

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Mario Sabino
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Lula é um perigo para a democracia brasileira
Foto: Nicolas Gandhi/Fotos Públlicas

O Estadão publicou um editorial intitulado O mal que Lula faz à democracia”, no qual constata que a memória dos brasileiros parece estar definhando em relação a todos os pecados que o chefão petista cometeu ao longo da da sua carreira política. É como se a sociopatia de Jair Bolsonaro empalidecesse o caudilhismo de Lula (foto). De fato, é preciso livrar-se o quanto antes do primeiro — e só não nos livramos dele no ano passado, porque tanto Centrão quanto oposição, PT inclusive, preferiram deixar que o atual inquilino do Planalto sangrasse até a eleição presidencial, a fim de colher benefícios fisiológicos e eleitorais, respectivamente. Mas substituir Jair Bolsonaro por Lula é um perigo para a democracia brasileira. O chefão petista e o seu partido têm um projeto de poder autoritário, dissimulado por um discurso democrático pensado para enganar os ingênuos — e ser repercutido pelos vendidos. A coisa vai muito, mas muito além das canastrices de Jair Bolsonaro.

Foram Lula e o PT que criaram a polarização da qual o presidente que padecemos soube aproveitar a oportunidade para eleger-se. O “nós contra eles” não saiu da cachola de Jair Bolsonaro, mas das diretivas dos comissários petistas, que tentaram — e ainda tentam — corroer a democracia por dentro. Como disse o Estadão:

“Também nas relações com os grupos políticos divergentes, Lula manteve, uma vez no poder, a mesma trilha antidemocrática. Passou a deslegitimar toda e qualquer oposição ao seu governo, criando uma das mais infames campanhas de incivilidade, intolerância e autoritarismo da história nacional: a do “nós” (os virtuosos petistas) contra “eles” (todos os que não aceitam Lula como seu salvador). O País segue ainda padecendo diariamente dessa irresponsável divisão social, da qual, não por acaso, Lula pretende extrair os votos para voltar à Presidência.

A atuação antidemocrática de Lula continuou após a saída do PT do governo federal. Nos últimos anos, o líder petista dedicou-se a desmoralizar, perante o mundo, o Estado Democrático de Direito brasileiro. Em vez de uma defesa técnica nas várias ações penais em que se viu envolvido, Lula promoveu verdadeira campanha difamatória contra o Judiciário, sugerindo que, por trás de cada condenação, mesmo colegiada e amplamente baseada em provas, havia uma conspiração (internacional!) para prejudicá-lo. A decisão do Supremo sobre a incompetência de determinado juízo, que libertou Lula, não torna menos grave o comportamento do ex-presidente e do PT. Ao se apresentar como perseguido político, Lula deixa claro que não acredita nas instituições democráticas do País.

Depois do ambiente de ameaças e de ataques à democracia criado pelo bolsonarismo – a exigir uma resposta responsável dos partidos e dos eleitores –, parece piada de mau gosto com o País pensar no PT como eventual solução. Lula nunca tratou bem a democracia brasileira.”

Neste exato momento, por exemplo, o chefão petista, por intermédio dos seus sabujos, tenta sabotar a democracia brasileira, como é próprio da sua natureza, recolhendo assinaturas na Câmara para a abertura de uma CPI sem pé nem cabeça, que pretende “investigar” Sergio Moro. Quer-se vender a ideia de que o ex-juiz da Lava Jato praticamente quebrou a Odebrecht e outras empreiteiras cúmplices do PT e aliados, a fim de conseguir um emprego na empresa americana que cuida da recuperação judicial desses campeões nacionais petistas que se deram mal na Justiça. Não foi Sergio Moro quem escolheu a empresa, mas outro juiz; ele também trabalhava em outro departamento. Mas nada disso é relevante. O que o PT pretende fazer, com essa história de CPI, é garantir um tapetão na eleição de 2022, eliminando um adversário potencialmente perigoso para as suas pretensões, e impedi-lo de atuar na política nos próximos anos, mesmo que Sergio Moro perca a disputa presidencial de outubro deste ano. Quer fazer com o ex-juiz o que acusa o ex-juiz de ter feito com o PT, como se Sergio Moro tivesse agido ilegalmente nos processos que condenaram Lula — processos que foram supervisionados pelo STF, antes que ministros do tribunal agissem politicamente para anulá-los, e cujas condenações se deram em mais de uma instância. A perseguição judicial ao chefão petista é uma lorota tão grande quanto a convicção petista de que a democracia é uma valor universal, não apenas estratégico. Uma lorota como as lágrimas de crocodilo vertidas por Lula na entrevista que deu a blogueiros amigos, quando se apresentou mais uma vez como pai dos pobres.

Modesta e monotamente, venho dizendo as verdades sobre Lula e o PT há quase duas décadas, no que sou acompanhado por um número cada vez menor de jornalistas. Alguns se cansaram, outros morreram e houve quem aderisse, para não falar dos que se bandearam para o lado de Jair Bolsonaro. Mas, enquanto Lula e o PT não conseguirem calar a imprensa ou transformá-la num grande cercadinho ideológico, objetivo que nunca tiveram vergonha de esconder, a realidade não será cancelada. Estaremos aqui para repetir aos brasileiros que eles não podem esquecer o que deveria ser inesquecível.

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Mario Sabino

Mario Sabino é jornalista, escritor e sócio-fundador de O Antagonista. Escreve sobre política e cultura. Foi redator-chefe da revista Veja.

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