Ideologia que vê judeus como os grandes opressores brancos dominou universidades
Um vídeo com três reitorias de grandes universidades dos EUA viralizou na internet. Ouvidas no Congresso, foram perguntadas se é bullying ou assédio defender o genocídio...
Um vídeo com três reitorias de grandes universidades dos EUA viralizou na internet. Ouvidas no Congresso, foram perguntadas se é bullying ou assédio defender o genocídio de judeus. Foi impossível obter uma resposta direta.
Hoje, o psicólogo Jonathan Haidt usou as redes sociais para colocar o dedo na ferida. Em vários livros ele há previu que a ideologia woke, que divide o mundo entre oprimidos e opressores, iria descambar para antissemitismo. Também indica formas de reverter esse processo.
Ele aponta que há uma discrepância entre as políticas de bullying e assédio aplicadas nos últimos anos e a reação de agora, quando os alvos de discursos odiosos são os judeus.
Se alguém errar um pronome ou falar algo com boa intenção mas alguém de um grupo oprimido disser que é agressão, a universidade passa a considerar que é discurso de ódio e bullying. Mesmo que evidentemente não seja, o critério independe da realidade. Se alguém de um grupo oprimido disser que foi ofendido, passa a ser ofensa.
E isso independe da pessoa ser ou não oprimida. Temos uma mentalidade em que seres humanos não são mais indivíduos nem donos da própria história, estão eternamente atados à condição de nascimento. Nada que façam muda isso, nem para o bem nem para o mal.
De acordo com esse raciocínio, o judeu é o super branco rico colonialista. Ele deve, portanto, pedir desculpa pelo próprio privilégio e aceitar todas as acusações de grupos oprimidos. Tudo o que esses grupos fizerem contra judeus é justificável nessa óptica.
No meu livro, Cancelando o Cancelamento, há um capítulo inteiro falando disso. Trago aqui para vocês uma citação de C. S. Lewis sobre o tema.
“Dentre todas as tiranias, uma tirania exercida pelo bem de suas vítimas pode ser a mais opressiva. Talvez seja melhor viver sob um ditador desonesto do que sob onipotentes cruzadores da moralidade. A crueldade do ditador desonesto às vezes pode se acomodar, em algum ponto sua cobiça pode ser saciada; mas aqueles que nos atormentam para o nosso próprio bem irão nos atormentar indefinidamente, pois eles assim o fazem com a aprovação de suas próprias consciências”, disse. E ele nem sonhava que um dia existiria algo como a internet.
Vivemos nessa era da ditadura do bem, do autoritarismo com boas intenções. É uma ideia infecciosa que não tem como gerar bons frutos.
Tem gente que tenta combater isso com o autoritarismo de sinal trocado. São os que usam os mesmos métodos e violência para desqualificar qualquer apontamento sobre racismo, machismo ou homofobia.
Em guerra de narrativa e fanático, vencem os mais organizados e com mais acesso ao mainstream. O exemplo norte-americano nos mostra a que ponto as coisas chegam.
Resta saber se vamos colocar os adultos na sala e tomar as rédeas da situação ou se o Brasil vai simplesmente escolher um fanatismo ao qual se render.
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