Lula adota "estratégia Chicó" para explicar BNDES Lula adota "estratégia Chicó" para explicar BNDES
O Antagonista

Lula adota ‘estratégia Chicó’ para explicar BNDES

avatar
Rodrigo Oliveira
3 minutos de leitura 06.12.2023 17:39 comentários
Análise

Lula adota ‘estratégia Chicó’ para explicar BNDES

Durante a live mais recente do Conversa com o Presidente, Lula voltou a defender ações controversas dos mandatos anteriores e resolveu destacar o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)...

avatar
Rodrigo Oliveira
3 minutos de leitura 06.12.2023 17:39 comentários 0
Lula adota ‘estratégia Chicó’ para explicar BNDES
Foto: Reprodução

Durante a live mais recente do Conversa com o Presidente, Lula voltou a defender ações controversas dos mandatos anteriores e resolveu destacar o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 

Ao lado do atual presidente do banco, Aloizio Mercadante, que só está lá graças a liminar do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, Lula disse que o “cidadão que governava o país, passou quatro anos levantando suspeita contra o BNDES” sem encontrar nada — o que significa, de acordo com o petista, que não há nada contra as políticas do banco levadas à cabo no início dos anos 2000.

O presidente confia na falta de memória da população brasileira para tentar reconstruir a realidade à revelia dos fatos. Afinal, não seria um indício de equívoco da política do banco À época os calotes de Cuba, Venezuela e Moçambique? Ora, dívidas inadimplentes de regimes amigos que ultrapassam 1 bilhão de dólares não apontariam uma leve inadequação da estratégia?

O governo Lula parece acreditar que não, e busca novamente autorização para investimento em obras em terras estrangeiras via BNDES. Na terça-feira passada, 28 de novembro, enviou ao Congresso Nacional o PL (Projeto de Lei) PL 5.719/2023, que permite que o banco volte a financiar atividades produtivas de empresas brasileiras no exterior e possa constituir subsidiárias integrais ou controladas “nos moldes das melhores práticas internacionais”, diz o texto.

Mais uma tentativa de voltar no tempo, à era dos campeões nacionais. Quando em nome do fomento e apoio às empresas brasileiras, a instituição financeira passou a financiar companhias como a Oi — atualmente no segundo processo de recuperação judicial, e a OGX — empresa de Eike Batista que também enfrentou recuperação judicial, mudou de nome e acabou absorvida por outra petroleira neste ano. 

Se o auxílio à incompetência corporativa não fosse suficiente, boa parte das empresas “selecionadas” para a concessão de crédito subsidiado pelo BNDES se envolveu em atos de corrupção, como restou comprovado pela Operação Lava Jato. Odebrecht, J&F, Andrade Gutierrez, EBX (holding que controlava a OGX), Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS, Camargo Corrêa e outras foram investigadas e, posteriormente, condenadas. 

Hão de dizer que não há problema, pois potenciais prejuízos são ressarcidos com dinheiro do FPE (Fundo de Garantia à Exportação), gerido pelo BNDES desde 2003. Argumento tão bom quanto o “quem paga o imposto é a empresa”.

Efeitos da inadequação dessa visão de mundo afundam neste momento em Maceió, onde as principais acionistas da Braskem – Petrobras (a estatal que luta para afrouxar a governança desde o início do ano e permitir mais ingerência política) e Novonor (ex-Odebrecht) — são cobradas a ressarcir a sociedade por danos causados ao meio ambiente e às famílias da região.  

Como explicar que após resultados tão notadamente ruins, o governo se empenhe em repetir os erros do passado fazendo parecer que não aconteceram? Como diria Chicó, personagem de O Auto da Compadecida, “não sei, só sei que foi assim”

Brasil

Armas furtadas de batalhão são encontradas na casa de policial

08.05.2024 22:19 3 minutos de leitura
Visualizar

Delegado da Cunha se defende no Conselho de Ética em caso de agressão a ex-companheira

Visualizar

Oposição critica Paulo Pimenta por mandar investigar deputados por fake news

Visualizar

Alex, ex-Palmeiras, será o novo técnico do Antalyaspor, da Turquia

Visualizar

Sem acordo na base, deputados adiam votação de PL para taxar ‘blusinhas’ da Shein

Visualizar

EUA anunciam novas restrições na Fronteira com México

Visualizar

Tags relacionadas

BNDES Lula Operação Lava Jato
< Notícia Anterior

Ideologia que vê judeus como os grandes opressores brancos dominou universidades

06.12.2023 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Papo Antagonista: STF deixa a boiada passar nas estatais?

06.12.2023 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Rodrigo Oliveira

Jornalista pela UnB (Universidade de Brasília), pós-graduado em Marketing &amp; Mídias Digitais pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especializado em finanças e negócios. É Analista de Valores Mobiliários (CNPI) certificado pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) com quatro anos de experiência profissional no mercado financeiro.

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Por que ninguém compra a Braskem? Pergunte à Petrobras

Por que ninguém compra a Braskem? Pergunte à Petrobras

Carlos Graieb
08.05.2024 20:52 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
O inimigo do governo Lula é o governo Lula

O inimigo do governo Lula é o governo Lula

Wilson Lima
08.05.2024 17:08 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
A luz e a lama no Rio Grande do Sul

A luz e a lama no Rio Grande do Sul

Catarina Rochamonte
07.05.2024 09:19 4 minutos de leitura
Visualizar notícia
Pascal, plano Marshall, projeto Manhattan e o clima no Brasil 

Pascal, plano Marshall, projeto Manhattan e o clima no Brasil 

Carlos Graieb
06.05.2024 13:56 5 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.