Num decreto assinado em 28 de março, Vladimir Putin (foto) afastou quatro especialistas respeitados do comitê científico do Conselho de Segurança da Federação Russa, informa o jornal El País.

Os quatro foram afastados por terem assinado um texto que expressava “extrema preocupação” com a “maior crise na Europa desde a Segunda Guerra Mundial” e defendia um cessar-fogo na Ucrânia.

Subscrito por um grupo de 126 pessoas, entre cidadãos russos e estrangeiros, o texto que desagradou ao autocrata não mencionava a palavra “guerra” — que seu regime proibiu na Rússia — e consistia em quatro pontos.

Além do cessar-fogo, ele pedia cooperação humanitária urgente na zona de conflito; contenção em questões relacionadas a armas nucleares e à “retórica nuclear ameaçadora”; retomada de negociações estratégicas entre os EUA e a Rússia; e medidas para prevenir incidentes entre a Otan, russos e americanos.

O comitê científico do Conselho de Segurança russo é um órgão consultivo com cerca de 150 especialistas que assessora a entidade encarregada de preparar as decisões presidenciais, bem como a orientação da política externa e militar.

Os afastados são Alexei Gromyko, neto do famoso chanceler da URSS Andrei Gromyko; Serguei Rógov, diretor científico do Instituto dos EUA e Canadá; Alexander Panov, professor e ex-vice-chanceler da Rússia; e Alexander Nikitin, diretor do centro de segurança euroatlântica do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou.