Mais de 3.500 intelectuais israelenses enviaram uma carta aberta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e ao secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, para que não recebam o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (foto).

Netanyahu fará uma visita oficial aos EUA na próxima semana.

Dentre os signatários da carta, estão o escritor David Grossman e a pintora Tamar Getter.

Eles falam no documento sobre a divisão interna na sociedade e no governo israelense, citando a coalizão de direita radical de Netanyahu.

Os signatários também pedem o veto à participação do primeiro-ministro na abertura da Assembleia Geral da ONU, durante a qual todos os chefes de Estado discursam. Ela está prevista para 19 e 20 de setembro.

Segundo a carta, “Netanyahu coloca os cidadãos uns contra os outros, ameaça a segurança e a economia do país e desvia o olhar do conflito histórico que dilacera Israel – a dominação forçada do povo palestino”.

A agenda oficial de Netanyahu não inclui nenhum encontro com Biden na Casa Branca até o momento.

A viagem acontece após meses de crise social e política em Israel, desencadeada pelo plano de Netanyahu para cooptar o sistema judicial.

Centenas de milhares de manifestantes israelenses foram às ruas em oposição ao regime, alegando que a reforma concentrará o poder no Parlamento israelense para se impor sobre o Judiciário.

O Supremo Tribunal de Israel começou hoje a analisar os recursos apresentados contra a reforma judicial.