Exército sírio confirma colapso do regime de Bashar al-Assad
Ditador da Síria fugiu de Damasco em meio a avanço dos rebeldes, que entraram em na capital sem grande resistência do exército
O comando do exército da Síria notificou seus oficiais neste domingo, 8 de dezembro, que o governo do ditador Bashar al-Assad chegou ao fim após 24 anos no poder. A informação foi revelada por um oficial sírio à agência Reuters, após uma ofensiva relâmpago dos rebeldes.
Segundo dois oficiais, Assad deixou Damasco em um avião rumo a um destino desconhecido. A fuga ocorreu em meio ao anúncio dos rebeldes de que tomaram controle total da capital, Damasco, sem grande resistência do exército.
Horas antes, os insurgentes haviam anunciado a conquista da cidade estratégica de Homs. Em comunicado, a coalizão rebelde afirmou que o país vive “um novo nascimento” e que a luta agora é para construir uma nova Síria.
“Passamos da luta para derrubar o regime de Assad para a luta por uma Síria que honre os sacrifícios de seu povo”, afirmou a coalizão.
O primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi al-Jalali, disse estar disposto a transferir o governo de forma pacífica para a oposição.
“Não saí de casa e não pretendo fazê-lo, exceto por uma transição que garanta o funcionamento contínuo das instituições e a segurança dos cidadãos”, afirmou.
Enquanto milhares celebravam nas ruas de Damasco, acenando bandeiras e gritando “Liberdade”, os rebeldes também comemoraram a libertação de presos políticos na prisão de Sednaya.
A queda de Assad
A queda do regime de Assad foi anunciada por forças rebeldes, que declararam a “libertação de Damasco” após uma ofensiva que encerrou cinco décadas de domínio da família Assad.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Assad teria deixado o país pelo aeroporto de Damasco antes que as forças de segurança abandonassem o local.
Desde 2015, o regime sírio vinha reconquistando território com apoio militar da Rússia, do Irã e do grupo libanês Hezbollah. No entanto, a pressão internacional e o desvio de recursos russos para a guerra na Ucrânia enfraqueceram a capacidade de defesa de Assad.
A ofensiva que culminou na queda de Assad, liderada pelo grupo jihadista Hayet Tahrir al-Sham (HTS), avançou rapidamente desde o início de dezembro, conquistando cidades estratégicas como Homs e subúrbios de Damasco.
Esse é o maior revés militar sofrido pelo regime sírio desde o início da guerra civil em 2011, que já causou mais de 500 mil mortes.
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