O primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi Al-Jalali, foi escoltado por rebeldes neste domingo, 8, em Damasco, após o colapso do regime de Bashar al-Assad. 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra Jalali cercado por homens armados e entrando em um carro preto. Ele teria sido levado ao Four Seasons Hotel para entregar as instituições do governo à coalizão rebelde.

“O ex-primeiro-ministro está com o 5th Corps do povo de Hauran para uma reunião e entrega oficial das instituições do país ao exército livre”, diz uma voz no vídeo.

Mais cedo, Jalali afirmou que permaneceria em casa para “garantir a operação das instituições públicas e preservar a segurança dos cidadãos”. 

Assad foge de Damasco

O ditador sírio Bashar al-Assad deixou Damasco enquanto rebeldes avançavam na capital. 

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Assad teria deixado o país pelo aeroporto de Damasco antes que as forças de segurança abandonassem o local.

Dados do site Flightradar indicam que um avião da Syrian Air decolou do aeroporto local, inicialmente em direção à região costeira, reduto da seita alauíta de Assad. 

No entanto, a aeronave mudou de curso abruptamente e desapareceu dos radares.

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Transição de poder

Líderes oposicionistas, como Hadi al-Bahra, confirmaram reuniões com representantes internacionais para discutir o futuro do país. 

Enquanto isso, o primeiro-ministro Mohammad Ghazi Al-Jalali seguirá supervisionando as instituições estatais até que o processo de transição seja concluído, afirmou Abu Mohammed al-Golani, um dos principais líderes rebeldes.

“A revolução síria entrou em uma nova fase, deixando para trás a luta contra o regime de Assad para focar na construção de uma Síria democrática e inclusiva”, afirmou a coalizão em comunicado.

A ofensiva que culminou na queda de Assad, liderada pelo grupo jihadista Hayet Tahrir al-Sham (HTS), avançou rapidamente desde o início de dezembro, conquistando cidades estratégicas como Homs e subúrbios de Damasco.

Esse é o maior revés militar sofrido pelo regime sírio desde o início da guerra civil em 2011, que já causou mais de 500 mil mortes.

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