Equipe de Biden tentou esconder declínio cognitivo na campanha, revela livro
Livro revela bastidores da campanha e do governo e aponta ocultação deliberada da saúde de Joe Biden

O livro “Original Sin”, de Jake Tapper (CNN) e Alex Thompson (Axios), traz novas revelações sobre a saúde física e mental de Joe Biden durante sua presidência e a tentativa de reeleição em 2024.
Com lançamento previsto para a próxima semana, a obra se baseia em cerca de 200 entrevistas e aponta uma campanha sistemática para ocultar sinais de declínio cognitivo do então presidente dos Estados Unidos.
Entre os episódios citados está um evento na Califórnia em junho de 2024, quando Biden não reconheceu o ator George Clooney, um dos principais doadores da campanha democrata.
Clooney, preocupado, publicou um artigo no The New York Times sugerindo que Biden reconsiderasse sua candidatura. O caso é usado pelos autores como exemplo dos lapsos recorrentes de memória do presidente.
Segundo o livro, assessores e familiares modificaram a rotina de Biden para reduzir riscos de exposição, limitando caminhadas, priorizando o uso de corrimãos e sugerindo calçados esportivos.
Discussões internas chegaram a incluir a possibilidade do uso de cadeira de rodas, caso a saúde do presidente se deteriorasse ainda mais. Publicamente, a equipe atribuía as mudanças a uma fratura no pé sofrida em 2020.
Os autores afirmam que havia uma operação de comunicação destinada a manter aliados e imprensa tranquilos, ao mesmo tempo em que se ocultavam episódios de confusão e desorientação.
A decisão de Biden de seguir na disputa presidencial, mesmo diante do agravamento de sua condição, é apontada como um fator decisivo para a derrota democrata e para o retorno de Donald Trump à Casa Branca.
O livro relata que figuras influentes do Partido Democrata, como David Plouffe, ex-estrategista de Barack Obama, responsabilizaram Biden por dificultar a transição de candidatura, restando pouco tempo para Kamala Harris montar sua campanha.
A equipe do ex-presidente nega as acusações.
Em resposta às alegações, apoiadores de Biden afirmaram que “sinais de envelhecimento não são indicativos de incapacidade mental” e defenderam o histórico do ex-presidente como “eficaz”.
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