Dois dias depois de ser demitido pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant escreveu nas redes sociais, nesta quinta-feira, 7, uma mensagem de agradecimento ao secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, pelo apoio em decorrência do atentado do Hamas em 7 de outubro do ano passado.

“Falei nesta tarde com meu amigo Lloyd Austin e expressei meu profundo apreço ao Secretário por sua parceria e profundo comprometimento com a cooperação de defesa entre nossos países e com a segurança do Estado de Israel. O Secretário Austin esteve ao meu lado em Israel apenas alguns dias após o ataque de 7 de outubro, e ele tem estado com Israel desde então. Obrigado ao Secretário Austin e à Administração dos EUA por seu extraordinário apoio durante a hora mais sombria de Israel“, afirmou no X.

Gallant já havia se despedido do povo israelense, na terça-feira, 5, com uma “saudação aos mortos, famílias, incapacitados, feridos e sequestrados”. O ex-ministro ainda lembrou das forças militares:

“Aos soldados da FDI [Forças de Defesa de Israel] onde quer que estejam. Confio em vocês e os saúdo”, escreveu.

A demissão de Gallant

Gallant foi demitido, na terça-feira, 5, através de um vídeo publicado por Netanyahu nas redes sociais. O primeiro-ministro afirmou que “em tempos de guerra, a confiança total entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa é crítica. Infelizmente, essa confiança foi corroída, e as tentativas de preencher as lacunas falharam.“

Os dois já tinham uma relação conturbada e pública nos últimos dois anos, em relação a diversos assuntos.

Antes do atentado do Hamas em 7 de outubro do ano passado, Gallant discordou dos movimentos de Netanyahu para reformar o sistema Judiciário.

Depois, durante em guerra contra o Hamas em Gaza, o ex-ministro da Defesa reclamou dizendo que o primeiro-ministro estava buscando uma “vitória absoluta” e que isso era “nonsense.”

Protestos em rodovias

A demissão de Gallant desencadeou em uma série de protestos contra o primeiro-ministro em cidades israelenses, entre elas Haifa, Jerusalém e Tel Aviv, na noite de terça-feira, 5.

Dezenas de manifestantes bloquearam partes de rodovias e atearam fogo no asfalto.

Em Haifa, duas pessoas foram presas por terem acendido uma fogueira na tentativa de obstruírem o acesso dos carros.