O jornalista Ricardo Feltrin iniciou sua carreira em 1991. Após 34 anos de trabalho em empresas como Folha de S.Paulo e UOL, o veterano desbrava a internet com seu canal no YouTube, Feltrin Oficial, para onde, hoje, lamenta não ter migrado antes.
“Nunca na minha vida, de Folha e de UOL, e são 23 anos de Folha e 20 anos de UOL, 10 anos de Troféu Imprensa, Ana Maria Braga, Sérginho Groisman, Ratinho, Faustão, nunca ninguém me reconheceu. Hoje, eu não ando um quarteirão sem alguém [me abordar]. Vovós me amam. A faixa etária no meu canal é 95% acima de 45 anos”, brincou no Ladoa! deste domingo, 2.
A migração para o jornalismo independente veio acompanhada, no entanto, de um aumento exponencial de problemas judiciais. Enquanto em 23 anos de Folha e 20 de UOL ele foi alvo de apenas seis processos judiciais, a exposição na internet trouxe uma onda de litígios.
“Em um ano de YouTube, eu já tinha 16 processos”, disse o jornalista a Madeleine Lacsko, completando: “Agora, [que estou] sozinho, eles viram todos corajosos”.
Liberdade de expressão
Na conversa, Feltrin lembra o processo movido por Sérgio Mallandro, por conta de uma crítica irônica, e comenta também e as recentes acusações de “violência psicológica” contra mulheres em virtude de sua cobertura de celebridades e figuras públicas. Segundo ele, a judicialização se tornou uma tática para intimidar jornalistas independentes.
Na conversa, Feltrin também detalhou sua cobertura do mercado de entretenimento adulto e criticou a cobertura da imprensa sobre questões de gênero, como o futebol feminino e o que classificou como parcialidade em casos como o da apresentadora Ana Hickmann.
Assista à íntegra da conversa: