Acuado pela inflação, governo Lula estuda reajustar Bolsa Família
"O problema é o preço do alimento, que teve essa elevação brusca do fim do ano passado para cá", diz Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social

Enquanto Lula (à direita na foto) diz buscar alternativas para baixar os preços dos alimentos, seu governo estuda reajustar o Bolsa Família — o que contribuiria para aquecer a economia e… elevar os preços dos alimentos.
A ironia trágica é que a medida, segundo o ministro Wellington Dias (à esquerda na foto), Desenvolvimento e Assistência Social, seria tomada exatamente por conta do aumento nos preços dos alimentos.
“Temos que preparar, entre fevereiro e março, um relatório ao presidente. O principal problema já não é o câmbio. Temos que manter [o benefício no piso de] 40 dólares, que é o padrão internacional para o consumo. Nisso haverá pouca alteração. O problema é o preço do alimento, que teve essa elevação brusca do fim do ano passado para cá. É um ponto fora do planejado”, disse Dias em entrevista à Deutsche Welle Brasil.
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“Como nós trabalhamos com a perspectiva de um ano inteiro, vamos ter que reunir todo mundo da Caisan [Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, administrada pela pasta] para tomar uma decisão dialogando com o presidente, porque isso repercute. Será um ajuste? Será um complemento na alimentação?”, completou o ministro, segundo quem um reajuste “está na mesa” e “a decisão vai ser tomada até o final de março”.
Inflação
Lula elegeu neste ano o combate à inflação dos alimentos como a principal missão de seus ministros.
Desde que o petista anunciou a diretriz, sem admitir que seu próprio governo contribuiu para a alta dos preços ao gastar demais e de forma irresponsável, os ministros disputam uma corrida maluca pela pior ideia mirabolante para conter a inflação sem tomar a única atitude efetiva: conter o gasto público.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, sugeriu que os brasileiros trocassem a laranja por outras frutas mais baratas, e o governo cogitou mudar as regras sobre a data de validade dos produtos vendidos em supermercado.
Preços tabelados?
O senador Beto Fato (PT-BA) apresentou um projeto de lei para “estabelecer critérios para a definição dos preços mínimos básicos para o arroz, feijão e mandioca”.
Enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se limita a torcer contra a inflação e Lula abandona Gabriel Galípolo, seu indicado ao Banco Central, na trincheira contra a alta dos preços, seus aliados ameaçam tornam a situação ainda pior enquanto fingem tentar resolver o problema.
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