Valdemar endossou narrativa de fraudes sobre urnas, diz PF
No requerimento que autorizou de operação da PF, Moraes indica Valdemar Costa Neto foi o mentor da narrativa de fraudes sobre urnas
No requerimento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou a operação que mira Jair Bolsonaro e pessoas próximas ao ex-presidente, ele destaca que a Polícia Federal indicou Valdemar Costa Neto, presidente do PL, como o mentor da ação judicial que questionava o resultados da eleições de 2022.
No documento Moraes diz:
“O alinhamento entre os investigados se demonstra, ainda, a partir das falas proferidas por VALDEMAR COSTA NETO, em 23/11/2022, um dia após ter ingressado com o pedido de anulação dos votos das urnas antigas [fabricadas em 2020] junto ao TSE:
[Fala de Valdemar] ‘Nós contratamos uma empresa de homens altamente qualificados para poder acompanhar as eleições, e eles, por coincidência e talvez por tecnologia, eles conseguiram atingir esse objetivo de conseguir algo palpável no segundo turno. No primeiro eles não pegaram. (…) No segundo turno eles aumentaram a equipe, trouxeram um gênio lá de Uberlândia e que ajudou muito a gente. Aí ele descobriu esse problema que o nosso pessoal não tinha descoberto. Então nós fomos obrigados a colocar isso aí‘”.
Mores alega que Valdemar financiou ação contra resultado das eleições
Na sequência o ministro da suprema corte ressalta que toda a ação preferida contra o resultado das eleições em 2022 teria sido financiada pelo PL, capitaneada por Valdemar Costa Neto através dos outros investigados.
“Em acréscimo, a empresa Gaio.io possui um de seus endereços na cidade de Uberlândia/MG e o município é um dos domicílios vinculados a EDER LINDSAY MAGALHÃES BALBINO, investigado nestes autos, ‘o que demonstra que o Partido Liberal, através de seu representante máximo, VALDEMAR COSTA NETO, tinha plena ciência da interlocução e do alinhamento que os investigados desenvolveram na construção da narrativa de fraude as urnas eletrônicas‘.
Assim, a investigação demonstrou que (a) ‘dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelo Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral, coube ao então presidente do Partido Liberal [PL], VALDEMAR COSTA NETO, financiar, divulgar perante a imprensa e endossar a ação judicial que corroborava a atuação da rede de ‘especialistas’ que subsidiaram ‘estudos técnicos’ que
comprovariam supostas fraudes nas eleições presidenciais de 2022‘; e (b) “os investigados atuaram de forma coordenada, em unidade de desígnios, para desacreditar o sistema eletrônico de votação que regia as eleições presidenciais de 2022, utilizando-se de diversos meios, proclamados como ‘técnicos’ para gerar a formação de uma primeira impressão’”.
A operação
Segundo a PF, essa operação também tem como objetivo apurar se esse grupo obteve vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República Jair Bolsonaro no poder. A investigação mira, especificamente, a utilização da narrativa de que houve fraudes nas urnas para tentar se estabelecer um clima de instabilidade política no país.
A polícia informou que estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
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