STF forma maioria para manter ministros em julgamento de Bolsonaro
Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin participarão de audiência marcada para 25 de março

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira, 19, para manter os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino e Alexandre de Moraes no julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 denunciados por suposta tentativa de golpe de Estado.
Os três ministros, que compõem a Primeira Turma do STF, participarão da audiência de análise da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode tornar Bolsonaro e sete pessoas réus no Supremo em 25 de março.
A defesa do ex-presidente e dos generais Braga Netto e Mário Fernandes entraram com recursos para questionar as decisões do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que negaram o afastamento de Zanin, Moraes e Dino.
Os advogados de Bolsonaro defendiam o impedimento de Zanin e Dino sob a alegação de que os ministros já moveram ações contra o ex-presidente no passado. Além disso, a defesa argumentou que a denúncia deveria ser apreciada por todos os 11 integrantes do Supremo no Plenário.
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Votação
Sete ministros votaram para rejeitar o impedimento de Dino: Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Luiz Edson Fachin e Cármen Lúcia.
No caso do impedimento de Zanin, os mesmo seis ministros e Dino, exceto o próprio Zanin, também decidiram rejeitar o pedido de impedimento.
Na análise da suspeição de Moraes, os ministros Barroso, Gilmar Mendes, Zanin, Dino, Toffoli, Cármen Lúcia e Fachin votaram contra a suspeição.
Bolsonaro critica processo
Bolsonaro ironizou na última quinta-feira, 13, a decisão do ministro Cristiano Zanin de marcar o julgamento da denúncia oferecida pela PGR sobre a trama golpista para 25 de março.
Em publicação no X, Bolsonaro afirmou que “parece que o devido processo legal” no país “funciona na velocidade da luz” quando “o alvo está em primeiro lugar” nas pesquisas.
“Parece que o devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz. Mas só quando o alvo está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para Presidente da República nas eleições de 2026”, escreveu.
Na mesma publicação, o ex-presidente questionou a suposta lentidão do Poder Judiciário, que, segundo ele, é “o mais caro do mundo”, e ressaltou a rapidez no agendamento de sua audiência.
“Mas no Brasil, que tem a 30ª justiça mais lenta do mundo, segundo o Banco Mundial; o judiciário mais caro do mundo, segundo diversas fontes; que não está nem entre os 70 melhores no ranking global de Estado de Direito; e que só supera a Venezuela em imparcialidade… Mas nesse Brasil de índices que impressionam negativamente, um inquérito repleto de problemas e irregularidades contra mim e outras 33 pessoas está indo a julgamento em apenas 1 ano e 1 mês (de 8 de fevereiro de 2024 a 25 de março de 2025). É impressionante!“, acrescentou.Leia mais: “Plano golpista: STF decide em 25 de março se Bolsonaro vira réu”
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Comentários (2)
Pedro Boer
19.03.2025 17:37É mais fácil um ministro do STF deliberadamente martelar o próprio dedão do que se julgar impedido. rs
Alexandre Ataliba Do Couto Resende
19.03.2025 16:22Mais uma lei que não pegou no Brasil. Imagine a festa que será pelo interior do país na 1a instância. Nenhum juiz irá se declarar impedido mais.