Quando era para punir Bolsonaro, Lula conhecia o tribunal internacional
Depois de dizer que não permitiria que Vladimir Putin fosse preso caso viesse ao Brasil, o presidente Lula se fez de desentendido. "Eu nem sabia da existência desse tribunal", comentou em entrevista concedida durante a...
Depois de garantir que Vladimir Putin não seria preso caso viesse ao Brasil, o presidente Lula se fez de desentendido. “Eu nem sabia da existência desse tribunal”, comentou em entrevista concedida durante a viagem para a Índia, por ocasião da cúpula do G20, ao ser questionado sobre o Tribunal Penal Internacional (TPI). A memória do presidente não parece estar muito boa. Pelo menos enquanto defendia punição para o ex-presidente Jair Bolsonaro, o petista sabia da existência de um tribunal internacional.
“Um dia esse homem vai ter que ser julgado num tribunal internacional pela chacina que aconteceu no nosso país”, disse Lula durante passagem pela Espanha, em abril. Há apenas cinco meses, o presidente não questionava o motivo que levou o Brasil a se tornar signatário da corte, criada em 2002, nem parecia se incomodar que apenas os “bagrinhos” levem a Corte de Haia em questão — o que não é verdade, diga-se.
“Eu nem sabia da existência desse tribunal”, diz @LulaOficial sobre o Tribunal Penal Internacional. pic.twitter.com/JkJiIoH3Ub
— O Antagonista (@o_antagonista) September 11, 2023
A possibilidade de denunciar Bolsonaro ao TPI também foi discutida durante a CPI da Covid, na qual senadores petistas e alinhados a Lula atuaram com empenho e destaque. Em fevereiro de 2022, um grupo de parlamentares viajou até Haia, na Holanda, sede do tribunal, para apresentar formalmente a acusação contra o então presidente. Entre eles estavam os senadores Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), atual líder do governo Lula no Congresso Nacional, e Humberto Costa (PT-PE).
Em setembro de 2021, juristas se encontraram com membros da CPI para discutir maneiras de levar o caso ao tribunal internacional. Um dos participantes dessa reunião foi o senador Rogério Carvalho (PT-SE), que defendeu essa alternativa. Além disso, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a Associação Juízes pela Democracia também denunciaram Bolsonaro ao TPI.
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