Passa boi, passa boiada nos acordos de leniência da Lava Jato
Empresas que admitiram corrupção e se comprometeram a restituir os cofres públicos avaliam solicitar acesso ao material apreendido pela Polícia Federal na Operação Spoofing para tentar rever ou anular os acordos de leniência firmados com o Ministério Público Federal...
Empresas que admitiram corrupção e se comprometeram a restituir os cofres públicos avaliam solicitar acesso ao material apreendido pela Polícia Federal na Operação Spoofing para tentar rever ou anular os acordos de leniência firmados com o Ministério Público Federal no Paraná, registrou O Estado de S. Paulo.
Segundo o jornal, as construtoras UTC, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa também estão estudando a possibilidade de solicitar acesso às mensagens hackeadas dos celulares de membros da força-tarefa da Lava Jato. No entanto, nem todas poderão se beneficiar das conversas obtidas, já que o material só será útil se houver indícios de coação nas negociações.
Essas empresas já haviam tentado anteriormente renegociar as multas estabelecidas nos acordos de leniência, argumentando que os valores foram fixados considerando um faturamento que não é mais realidade no setor da construção civil e que há o risco de inadimplência.
A Controladoria-Geral da União (CGU), responsável pela gestão dos acordos de leniência, tem sido inflexível diante dos pedidos de renegociação.
Em nota, o órgão afirmou ao jornal que não há margem para alterar os valores acordados, apenas cláusulas referentes a prazos e formas de pagamento. A CGU não se pronunciou sobre o movimento das empresas para obter as provas da Operação Spoofing.
A porteira aberta pelos irmãos Wesley e Joesley Batista
A empresa J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, foi a primeira a obter autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso às mensagens hackeadas dos celulares de membros da força-tarefa da Lava Jato.
Na decisão, o ministro Dias Toffoli (foto), do STF, determinou a suspensão do pagamento das parcelas do acordo enquanto a empresa analisa as conversas.
A equipe jurídica da J&F, que conta com a participação da esposa de Dias Toffoli, Roberta Rangel, aguarda o recebimento dos volumes da investigação para iniciar a busca de mensagens que possam indicar irregularidades por parte dos procuradores e cancelar o acordo assinado em 2017 com o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná.
Alegando ter sido coagida a assinar o acordo para garantir sua sobrevivência financeira, a J&F aceitou pagar 10,3 bilhões de reais ao longo de 25 anos para encerrar as investigações das operações Greenfield, Sepsis, Cui Bono, Bullish e Carne Fraca.
A Novonor, antiga Odebrecht, também solicitou acesso ao material apreendido pela PF. A empresa tenta suspender o pagamento do acordo de leniência no valor de 3,8 bilhões de reais.
Operação Spoofing
A Operação Spoofing foi responsável por prender o grupo que invadiu os celulares de membros da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, incluindo o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro.
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