Nem eleitores do PT confiam no partido para cuidar da segurança
Pesquisa da Fundação Perseu Abramo para municiar candidatos a vereador expõe segurança pública como a área de maior desconfiança do eleitorado petista: "Dificuldade de enfrentar a criminalidade"
A Fundação Perseu Abramo, do PT, fez uma pesquisa para entender os eleitores do partido e instruir seus candidatos a vereador sobre estratégias de campanha para as eleições municipais deste ano. O levantamento qualitativo expôs a segurança pública como a área de maior desconfiança dos eleitores petistas, informa O Globo.
“É preciso ter muito cuidado para levar o debate de segurança pública para a sua cidade. A pesquisa mostra que, mesmo simpatizantes do PT, consideram que o partido não tem muitas propostas nessa área”, diz o material formulado par instruir os candidatos do PT.
O Globo detalha o seguinte: “O relatório da pesquisa aprofunda a percepção ao frisar que a ‘maioria acredita que o PT não tem políticas na área para apresentar — com exceção de políticas contra a pobreza (indiretas).’ O texto ainda ressalta que ‘permeia na amostra críticas em direção ao partido com relação à dificuldade de enfrentar a criminalidade‘”.
Segurança pública
O governo Lula (foto) executou apenas 10% dos recursos destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) ao longo do ano de 2024, como revelou O Antagonista na quarta-feira, 24. O Palácio do Planalto argumentou que 71% dos valores previstos no orçamento já foram empenhados – ou seja, já foram reservados para a liquidação.
A segurança pública é uma das piores áreas de avaliação do governo Lula, como mostrou pesquisa Datafolha de abril de 2023. Para tentar reverter a má impressão, o então ministro da Justiça Flávio Dino lançou em outubro do ano passado um plano de combate a organizações criminosas.
Depois que Dino virou ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski assumiu o Ministério da Justiça tendo de lidar com a crise da primeira fuga de presos de um presídio federal de segurança máxima.
Saidinhas
Os problemas levaram o governo Lula a amenizar o discurso de esquerda na área de segurança, interpretado como leniente com os criminosos. Isso foi visto de forma mais evidente durante os debates sobre a saidinha de presos em datas comemorativas.
Lula vetou apenas um trecho, quase que pedindo desculpas, da lei aprovada pelo Congresso Nacional para dar fim às saidinhas — seu veto acabou derrubado pelo Congresso. O presidente também criticou o STF por “se meter” na descriminalização do porte de maconha, em meio à tentativa de melhorar a popularidade no eleitorado evangélico.
A pesquisa da fundação petista diz que “a falta de segurança é comentada como algo caro aos participantes, até mesmo em cidades de pequeno porte – relatam recorrência de assaltos e casos de criminalidade” e sugere que os candidatos consultem uma cartilha sobre segurança pública elaborada pela entidade.
“Entre as propostas, a FPA afirma que deve caber ao prefeito de cada cidade decidir se a guarda civil deve ou não portar armas”, diz O Globo. Ou seja, se quiserem eleger mais vereadores, os petistas terão de mudar o discurso sobre segurança.
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