Mosquito da dengue machuca governo Lula
Governo Lula enfrenta uma enxurrada de postagens negativas, em redes sociais, sobre a situação da dengue no Brasil
Após a pandemia da Covid, a dengue surge como um novo tema de discussão no campo da saúde pública, ganhando destaque nas redes sociais, especialmente entre os seguidores do presidente Jair Bolsonaro.
Essa é a conclusão de dados inéditos divulgados pela consultoria Arquimedes, que analisou as menções à doença entre segunda e quarta-feira.
No período analisado, a dengue foi mencionada mais de 135 mil vezes no X, antigo Twitter, coincidindo com o aumento dos casos em estados como Acre, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além das capitais Rio de Janeiro e São Paulo.
Do total de mensagens coletadas, 65% foram publicadas por opositores ao presidente Lula, com destaque para aliados e apoiadores de Jair Bolsonaro. Entre eles estão Flávio Bolsonaro e Marcelo Queiroga. O Movimento Brasil Livre (MBL) também se juntou ao discurso crítico ao governo federal.
#LulaGenocida
Segundo o portal O Globo, Lula, por sua vez, foi repetidamente mencionado através da hashtag #LulaGenocida, com mais de 36,2 mil menções. A intenção é associar o petista ao mesmo rótulo atribuído a Bolsonaro pela esquerda após o surgimento da pandemia de coronavírus em 2020.
Por outro lado, a hashtag #BrasilUnidoContraADengue, adotada por Lula e seus ministros, incluindo Nísia Trindade, foi utilizada em apenas 4,6 mil publicações. Esse número é quase oito vezes menor do que o de mensagens publicadas pelos opositores.
A falha na vacinação contra a dengue
Entre as narrativas defendidas pelos seguidores de Bolsonaro está a de que a equipe de Lula falhou no planejamento da vacinação contra a dengue, além da crítica a Nísia Trindade por não declarar a doença como uma emergência nacional no momento atual.
O governo, por sua vez, assegura que adquiriu doses da vacina de acordo com as limitações de capacidade de produção do fabricante e se compromete a aplicá-las em 3,2 milhões de pessoas ao longo do ano.
A ministra, por outro lado, argumenta que não há necessidade de declarar estado de emergência neste momento, afirmando que isso “não faz sentido”.
Diretor da OMS passa pano para governo Lula sobre dengue
Em visita ao Brasil, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, passou um pano para o governo de Lula em relação ao aumento de casos de dengue no país.
Segundo Adhanom, a crescente alta em registros de dengue no Brasil faz parte de um grande aumento de casos da doença em escala global e que o país está fazendo seu melhor.
“O Brasil está fazendo seu melhor. Os esforços são em interromper a transmissão e em melhorar o controle da doença”, disse. “Temos a vacina e isso pode ser usado como uma das ferramentas de combate”, completou.
A vacina esnobada pelo governo Lula
Em meio ao aumento de casos da doença em todo o país, no ano passado, o governo petista esnobou a vacina Qdenga, que agora será aplicada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Em julho de 2023, o Ministério da Saúde disse que a vacina contra a dengue produzida pelo laboratório japonês Takeda, autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na época, precisava de análise e que ela poderia demorar até um ano para ser incorporada ao sistema público.
O governo, em meio a recordes de casos da doença, preferiu priorizar uma vacina que está sendo produzida pelo Instituto Butantan desde 2009. O imunizante sequer teve a pesquisa finalizada e pode ser liberado pela Anvisa apenas em 2025.
Vacina era recomendada pela OMS
A OMS, dirigida por Adhanom, havia recomendado a vacina japonesa no ano passado. Hoje ele diz que o Brasil está fazendo o seu melhor, mas demorou para começar a vacinação.
Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar a vacina contra a dengue desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda A decisão foi baseada nas análises do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da OMS (SAGE).
A vacina da Takeda utiliza um vírus atenuado para estimular a resposta imunológica e demonstrou eficácia contra os quatro sorotipos do vírus da dengue em estudos realizados com crianças. Por isso, o SAGE recomenda que locais com alta carga e transmissão de dengue considerem a introdução da vacina.
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