Lula promete “reciprocidade” para produtos americanos
Governo Lula apresentará recurso na OMC contra tarifas de Trump sobre o aço e alumínio brasileiros

O presidente Lula (PT) disse nesta quinta-feira, 27, que o Brasil apresentará recurso junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as tarifas impostas pelo governo Trump dos Estados Unidos aos setores do aço e alumínio.
Segundo o petista, caso o recurso seja negado na OMC, o governo federal taxará os produtos americanos.
“No caso do Brasil, nós vamos recorrer à OMC [Organização Mundial do Comércio] e, se não tiver resultado, a gente vai utilizar os instrumentos que nós temos que é a reciprocidade e taxar os produtos americanos. É isso que nós vamos fazer. Espero que o Japão faça o mesmo. Espero que o Japão possa recorrer à OMC, mas é uma decisão soberana do governo japonês em que eu não posso dar palpite”, disse, em evento na Ásia.
Até o momento, Lula e seus pares não anunciaram as medidas impostas sobre produtos americanos.
“É colocar em prática a lei da reciprocidade. Não dá para a gente ficar quieto, achando que só eles têm razão e que só eles podem taxar outros produtos”, acrescentou o petista.
Tarifas de Trump
No mês passado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou as tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio.
“Hoje estou simplificando nossas tarifas sobre aço e alumínio. São 25% sem exceções ou isenções”, disse no Salão Oval.
O Brasil é um dos principais exportadores de aço e alumínio para os Estados Unidos.
Preocupação
O Instituto Aço Brasil, entidade que representa as empresas brasileiras produtoras de aço, afirmou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifar em 25% as importações de aço e o alumínio, “não será benéfica“ para os dois países.
De acordo com o instituto a parceria firmada por Trump e o Brasil, durante o seu primeiro mandato, garantia aos EUA a importação anual de significativa parcela do produto.
“Os Estados Unidos importaram, em 2024, 5,6 milhões de toneladas de placar por não dispor de oferta suficiente para a demanda do produto em seu mercado interno, das quais, 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil”, diz trecho.
Para o Aço Brasil, os Estados Unidos são o país beneficiado no acordo comercial, obtendo superávit médio de US$ 6 bilhões.
“Considerando, especificamente, o comércio dos principais itens da cadeia do aço– carvão, aço e máquinas e equipamentos – Estados Unidos e Brasil detêm uma corrente de comércio de US$ 7,6 bilhões, sendo os Estados Unidos superavitários em US$ 3 bilhões”.
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Comentários (2)
Marian
27.03.2025 22:53Que precipitação! Hahaha
Fabio B
27.03.2025 18:41O Lula quer pagar de durão para a base, mas quem vai pagar a conta é o Brasil. Os tempos estão mudando, e estamos levando 25% de taxa no lombo sem nem estar no radar direto dos EUA. Agora, com essa bravata de "reciprocidade", o risco é chamarmos ainda mais atenção e piorarmos a situação. O Brasil não tem força para peitar os americanos, ainda mais com o PT se alinhando cada vez mais à China via BRICS. Se a coisa escalar, podemos perder ainda mais espaço comercial e nos enfiar num buraco ainda maior.