Lula aplica ‘estratégia Tarcísio’ contra Cláudio Castro
Apesar de posar mais uma vez como pacificador, Lula alfinetou o governador fluminense por sua proximidade com Bolsonaro
Lula (PT, foto) voltou a dividir palanque com um dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como fez com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) na sexta-feira, 2. A vítima desta terça-feira, 6, foi o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
Juntos, eles participaram da entrega de unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida realizado em Magé, na Baixada Fluminense.
Apesar de posar mais uma vez como pacificador, Lula alfinetou o governador fluminense por sua proximidade com Bolsonaro, dizendo que nenhum outro presidente investiu tanto no Rio quanto ele.
“Uma sociedade em que a gente vive em comunidade da forma mais respeitosa possível. […] E não ficar no nosso mundo, no celular, um falando mal do outro. É por isso que eu quero dizer ao governador do estado. Eu já fiz uma vez e vou fazer. Eu duvido que na história do país, um presidente da República investiu mais no Rio de Janeiro do que eu investi entre 2003 e 2010. Eu voltei e vou lhe dizer que vamos investir no Rio de Janeiro mais do que todo e qualquer outro presidente já investiu”, disse Lula.
“Sociedade sem raiva“
Sem mencionar o nome de Bolsonaro, o petista também defendeu uma “sociedade sem raiva, sem ódio, sem mentira, sem fake news, sem ofensa às pessoas”.
Mesmo vaiado, Cláudio Castro voltou a acenar a Lula, dizendo que o petista é “sempre bem-vindo” no estado e que as eleições acabaram.
“O senhor sempre foi e continua sendo muito bem-vindo no Rio de Janeiro. As eleições definitivamente acabaram, e nós temos que trabalhar juntos e fazer aquilo para o que fomos eleitos. Gostando ou não gostando, estamos aqui e temos um compromisso maior, que é trabalhar junto para esse povo independente de coloração partidária e bandeira política”, disse Castro.
Armadilha
A troca de amabilidades de Lula com adversários políticos é uma armadilha do petista.
Em São Paulo, ele usou Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro, como escada para bancar o estadista, num discurso que o presidente da República faz de forma recorrente, mas que é contrariado pelos seus próprios atos — e por outros discursos menos calculados.
Enquanto o presidente simula urbanidade com um ex-ministro de seu principal adversário, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República ataca os adversários por meios dos canais oficiais do governo. E até a Agência Brasil tem se prestado a fustigar desafetos do governo, com publicações que destoam do resto do conteúdo publicado pelo órgão oficial.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)