Guajajara protesta contra derrubada do veto ao marco temporal
Senadores e deputados se reúnem nesta quinta-feira, 14, em sessão conjunta do Congresso para analisarem um série de vetos do presidente Lula (PT)...
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, realizou nesta quinta-feira, 14, um protesto no Congresso Nacional para que os deputados e senadores não derrubem o veto do presidente Lula (PT) ao projeto do marco temporal. A proposta foi aprovada pelo Legislativo e deixou de lados opostos os ambientalistas e ruralistas da Câmara e do Senado.
O projeto do marco temporal diz que uma terra só poderia ser demarcada se fosse comprovado que os indígenas estavam nela ou disputavam a posse dela na data da promulgação da Constituição Federal vigente, em 5 de outubro de 1988. Pela tese, quem estivesse fora da área na data ou chegasse depois não teria direito a pedir a demarcação.
Críticos do texto avaliam que, ao definir uma data para demarcação, indígenas perderiam terrenos que teriam direito. Já os apoiadores dizem que a ideia traria segurança jurídica.
“Teremos votação nominal para o item específico para a questão do tempo, o prazo que delimita o marco temporal para demarcação das terras indígenas”, disse o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).
A sessão dos vetos está sendo acompanhada pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e pela deputada Célia Xakriabá (PSOL – MG).
“Hoje estivemos em grande mobilização junto ao movimento indígena do lado de fora da Câmara dos Deputados, junto a parentíssima Ministra Sônia Guajajara. Estaremos em luta e acompanhando a sessão da votação dos vetos ao Marco Temporal”, disse Célia Xakriabá.
O que diz o STF?
Apesar da aprovação do projeto pelo Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) já julgou como institucional a tese. O avanção da lei após o julgamento dos ministros foi considerada uma afronta do Legislativo ao Supremo.
Caso haja a derrubada do veto do presidente Lula pelos deputados e senadores, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) já indicou que pretende buscar a Corte para pedir a declaração de inconstitucionalidade da proposta. Apib espera que a eventual Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) tenha como relator o ministro Edson Fachin, que ficou responsável pela relatoria do processo no Supremo que culminou com a rejeição do marco temporal.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)