Força Sindical defende ministro que ameaçou se demitir
"O governo Lula, como temos enfatizado, não pode mexer em conquistas importantes para a classe trabalhadora", diz a central sindical em nota que pede permanência de Marinho
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, manifestou apoio ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (foto), que ameaçou se demitir na quarta-feira, 30, caso não seja ouvido pelo governo Lula sobre propostas de alteração no seguro-desemprego.
As mudanças estariam sendo consideradas pela equipe econômica nos esforços para redução de despesas governamentais. Marinho afirmou que não há em curso nenhuma deliberação sobre modificações no seguro-desemprego ou no abono salarial do PIS/Pasep, e disse que poderia renunciar caso decisões envolvendo sua pasta fossem tomadas sem sua participação direta.
Em nota, a Força Sindical tomou o partido do ministro: “Parabenizamos o ministro do Emprego e Trabalho, Luiz Marinho, pela coragem de se posicionar em defesa do seguro-desemprego, do abono salarial e da multa de 40% por demissão sem justa causa dos trabalhadores (as)”.
E Haddad?
A nota divulgada pela entidade sindical também expressou expectativa de que o Ministério da Fazenda se pronuncie sobre o tema.
“O governo Lula, como temos enfatizado, não pode mexer em conquistas importantes para a classe trabalhadora e, neste sentido, precisa chamar as centrais sindicais para dialogar e deixar bem claro que estes direitos estarão garantidos”, destaca a nota da Força Sindical, que defende a permanência de Marinha à frente do Ministério do Trabalho:
“Depois da destruição do Ministério do Trabalho e Emprego por parte do governo passado, o ministro Marinho e sua equipe têm trabalhado muito pelo fortalecimento da pasta para garantir o trabalho decente no mundo do trabalho no Brasil.”
Sem entregas
A vida de Marinho não tem sido nada fácil no governo Lula, apesar de o partido de ambos levar a palavra “trabalhadores” no nome. O ministro prometeu regulamentar os serviços de entrega e de motoristas por aplicativos, mas acabou rechaçado pela própria categoria.
Marinho chegou a aventar a possibilidade de os Correios substituírem a Uber no transporte de passageiros por demanda no Brasil, mas lamentou, em audiência em abril na Câmara dos Deputados, que a empresa pública não tenha se animado com a ideia:
“Eu provoquei o Correio, mas o Correio, na minha… Bom, deixa pra lá o que eu acho do Correio.”
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