Senadores da oposição conseguiram aprovar na Comissão de Educação nesta terça-feira, 27, um projeto do lei que que cria o Dia da Amizade Brasil-Israel, a ser celebrado anualmente em 12 de abril. A proposta segue em regime de urgência para o plenário da Casa.

Nos bastidores, os parlamentares admitem que o avanço da matéria é uma resposta à crise diplomática criada pelo presidente Lula (PT) com o governo de Israel. Em 18 de fevereiro, o petista classificou a ação israelense na Faixa de Gaza como “genocídio” e “chacina”.

A declaração ocorreu durante entrevista coletiva na 37ª Cúpula da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula na ocasião.

Referência

Segundo o senador Carlos Viana (Podemos-MG), relator do projeto, a data escolhida é uma referência à edição do decreto que criou a representação brasileira em território israelense, em 1951. O Estado de Israel foi criado em 1948, após aprovação de uma resolução pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O projeto foi apresentado em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff (PT) e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2019.

Para o relator a votação do projeto ocorre em um momento de “dificuldade diplomática” entre os governos de Brasil e Israel. “Acima daqueles que ocupam temporariamente as cadeiras de presidente ou de primeiro-ministro, há uma relação entre os povos. Esse momento diplomático nós vamos superar. Os brasileiros e o povo de Israel são povos irmãos”, defendeu Viana.