Deputados do PDT criticam decisão de deixar base do governo
Líder da sigla na Câmara havia dito que a decisão foi unânime entre os deputados pedetistas, mas parlamentares negam

Apesar de o líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), ter dito na terça-feira, 6, que a decisão da bancada de deixar a base do governo Lula (PT) e passar a atuar como independente foi unânime entre os 17 pedetistas, há deputados da sigla que não concordam com esse movimento.
O Antagonista apurou que Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) e Duda Salabert (PDT-MG) defendem que a bancada passe a dar um “apoio crítico“ ao governo, o que, dizem os parlamentares, não significa ser independente. Malafaia é um dos vice-líderes do governo no Congresso.
Mário Heringer anunciou na terça-feira que a bancada decidiu deixar a base a adotar uma postura independente na Câmara. O anúncio veio quatro dias depois de Carlos Lupi, que é presidente nacional da sigla, ser exonerado do cargo de ministro da Previdência Social.
O líder do PDT salientou em coletiva de imprensa que o problema de relacionamento da bancada com o governo “já vem há muito tempo”. Segundo ele, os deputados pedetistas entendem que o Executivo não está dando e não estava dando, mesmo antes da revelação do escândalo dos descontos irregulares de aposentadorias e pensões, “a reciprocidade e o respeito que o PDT julga merecer”.
A fritura pública de Carlos Lupi desencadeada pelo Palácio do Planalto após a revelação do escândalo foi “o pingo d’água que faltava” para a bancada decidir deixar a base.
“Num país polarizado como o nosso, tendo apenas dois campos prevalecendo hoje, a gente tem que tomar um cuidado muito grande com os movimentos que a gente faz, até para não parecer que a gente está escolhendo o outro lado. Não é o caso. Não estamos escolhendo o outro lado, estamos escolhendo o nosso lado”, afirmou Heringer.
“Nós somos contra essa polarização, nós podemos ser, a partir de hoje, o que oferece uma alternativa a essa polarização. Não é fácil, não é simples. Em virtude desse acontecimento [do INSS], temos a preocupação muito grande com a preservação da imagem do nosso partido, que foi duramente agredida pela situação“.
O líder salientou que a bancada não fará parte da oposição, porque não tem “a mínima afinidade” com a oposição que se apresenta.
Neste momento, estamos nos colocando em independência, porque a posição de independência nos dá exatamente o que a palavra indica e diz: estamos independentes, vamos fazer o que tivermos vontade de fazer em benefício do nosso país, dos nossos estados e principalmente das pessoas as quais enfrentamos no dia a dia para pedirmos o voto para a gente“, declarou.
Senadores permanecem na base
Os parlamentares do PDT do Senado Federal decidiram ficar na base do governo Lula na Casa.
“A decisão foi tomada tendo por base a afinidade da bancada com o governo tanto no projeto de desenvolvimento para o Brasil, como na maioria das pautas no Senado”, informou a bancada, que tem como representantes os senadores Ana Paula Lobato (MA), Leila Barros (DF) e Weverton Rocha (MA).
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