A assessoria do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo enviou a O Antagonista nota em que rejeita a acusação de Marcelo Odebrecht de que teria atuado para obstruir as investigações da Lava Jato.

Leia a íntegra:

O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo explica que concedeu audiência aos advogados da Odebrecht, no dia 5 de fevereiro de 2015, em reunião oficialmente agendada, presenciada por servidor público federal e com a lavratura de ata sobre o conteúdo dessa reunião.

Naquela oportunidade, o Dr. Maurício Roberto Ferro e outros advogados da empresa apresentaram uma reclamação contra a não apuração de vazamentos ilegais ocorridos ao longo de investigações em curso, e um pedido de certidão que atestasse a obtenção de documentos fornecidos pela Suíça ao MPF, sem a devida tramitação pelo órgão responsável do Ministério da Justiça (DRCI).

Foi então, ao final da audiência, dito pelo ex-Ministro que esses pleitos seriam analisados desde que fossem regularmente formalizados, nos termos da lei.

Após a devida formalização, o requerimento relativo ao vazamento de informações foi encaminhado formalmente à PF para que prestasse informações a respeito. Já o pleito de expedição de certidão, após informações prestadas pelo Procuradoria Geral da República foi indeferido pelo próprio Ministro da Justiça, em virtude da questão estar submetida a sigilo judicial.

Inconformada com o indeferimento do pedido a empresa Odebrecht impetrou mandado de segurança, no STJ, contra esse ato de indeferimento do Ministro, sendo obtido pela empresa, por meio de liminar, a concessão da pretendida certidão.

O e-mail referido na notícia divulgada por esse site foi emitido pelo Dr. Maurício Roberto Ferro na noite do mesmo dia da reunião em questão (20:47 hs do dia 5 de fevereiro de 2015) e, portanto, antes despacho de indeferimento do Ministro e da questão ser levada ao Poder Judiciário.

Todos esses fatos foram fartamente relatados pela imprensa à época e encontram-se registrados em procedimento formal do Ministério da Justiça, não tendo qualquer fundamento na realidade a ideia de que, no caso, o ex-Ministro pudesse ter agido em obstrução à Justiça.