Abin Paralela monitorou bispos e até candidato à presidência do Vasco
No caso dos bispos, o grupo levantou o nome de 152 bispos que assinaram manifestos com críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro

O sistema de monitoramento ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou dezenas de pessoas. Entre políticos, personalidades e até bispos católicos e o ex-candidato à Presidência do Vasco Jorge Vicente da Silva Salgado.
No caso dos bispos, o grupo levantou o nome de 152 bispos que assinaram manifestos com críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa lista, conforme as investigações, teria sido solicitado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
“O emprego de recursos humanos, tecnológicos e financeiros da agência se deu em razão de manifesto da Igreja Católica assinado por 152 (cento e cinquenta e dois) Bispos”, diz o relatório da PF.
Em 2020, os religiosos divulgaram a “carta dos bispos” com críticas à então gestão Jair Bolsonaro.
“O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma ‘economia que mata’, centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”, afirmou o documento.
Entre as autoridades que foram monitoradas pelo grupo estava também o candidato à presidência do Vasco em 2020 Jorge Vicente da Silva Salgado, que representou a ala Mais Vasco. Mensagens apreendidas pela PF apontavam que o grupo procurou ‘caçar podres’ do empresário. A investigação, no entanto, pouco avançou neste aspecto.

Como mostramos mais cedo, a Polícia Federal (PF) concluiu no relatório final entregue nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal em relação às investigações sobre a chamada Abin Paralela que o ex-presidente Jair Bolsonaro fazia parte do “centro decisório” e era o “principal destinatário” das vantagens ilícitas obtidas pelo grupo.
Segundo a PF, esse núcleo central era “composto por figuras de alto escalão do governo à época, incluindo potencialmente o então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO e seu filho, Vereador CARLOS NANTES BOLSONARO”.
Ainda para a PF, este núcleo foi “o responsável por definir as diretrizes estratégicas da ORCRIM, determinar os alvos das ações clandestinas (opositores, instituições, sistema eleitoral) e se beneficiar politicamente das operações. Era o centro decisório e o principal destinatário das ‘vantagens’ ilícitas (manutenção no poder, ataque a adversários)”, acrescentam os investigadores.
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