PF: Jair Bolsonaro fazia parte de ‘centro decisório’ da Abin Paralela
Apesar da conclusão, a Polícia Federal não indiciou ex-presidente por entender que ele já respondia por outros crimes semelhantes

A Polícia Federal (PF) concluiu no relatório final entregue nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal em relação às investigações sobre a chamada Abin Paralela que o ex-presidente Jair Bolsonaro fazia parte do “centro decisório” e era o “principal destinatário” das vantagens ilícitas obtidas pelo grupo.
Segundo a PF, esse núcleo central era “composto por figuras de alto escalão do governo à época, incluindo potencialmente o então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO e seu filho, Vereador CARLOS NANTES BOLSONARO”.
Ainda para a PF, este núcleo foi “o responsável por definir as diretrizes estratégicas da ORCRIM, determinar os alvos das ações clandestinas (opositores, instituições, sistema eleitoral) e se beneficiar politicamente das operações. Era o centro decisório e o principal destinatário das ‘vantagens’ ilícitas (manutenção no poder, ataque a adversários)”, acrescentam os investigadores.
De acordo com a Polícia Federal, as provas obtidas ao longo da investigação “não deixam dúvidas sobre a existência de um núcleo de propagação de desinformação, responsável pela produção e desinformação”. Ainda para a PF, a estrutura de ataques a adversários era composta também de um delegado federal e três agentes da PF.
“Essa estrutura utilizou assessores nomeados em cargos públicos e recursos estatais para produzir e disseminar sistematicamente narrativas falsas e ataques contra instituições (como o Sistema Eleitoral Brasileiro e o Poder Judiciário), opositores políticos e quaisquer indivíduos ou grupos que contrariassem os interesses do grupo político no poder”, concluiu a PF.
Como mostramos nesta terça-feira, a PF indiciou 36 pessoas por participação na chamada Abin Paralela, entre os quais o ex-diretor-geral da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem e o vereador Carlos Bolsonaro.
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