Oferta bilionária pode unir Warner Bros. e Paramount
Paramount prepara oferta bilionária para comprar a Warner Bros. e redesenhar a disputa no streaming, diz Wall Street Journal
O mercado de mídia e entretenimento pode estar diante de uma das maiores negociações dos últimos anos. A Paramount Skydance, recém-formada após fusão liderada por David Ellison, prepara uma proposta para adquirir a Warner Bros. Discovery em sua totalidade, segundo o Wall Street Journal.
A oferta, em grande parte em dinheiro e apoiada pela família Ellison, incluiria estúdios de cinema, serviços de streaming e canais de TV a cabo.
A Warner anunciou no fim do ano passado que se dividiria em duas áreas, o setor de TV a cabo de um lado, e os estúdios e streaming de outro. A ideia seria facilitar futuras vendas.
De olho nisso, a Paramount Skydance, tenta se antecipar a esse processo para evitar concorrência de gigantes como Amazon e Apple, interessadas em ampliar presença no setor.
O efeito no mercado americano foi imediato. As ações da Warner Bros. subiram quase 30% após a notícia, enquanto os papéis da Paramount Skydance avançaram cerca de 16%.
A diferença de tamanho entre as companhias, porém, é grande: antes da notícia, a Warner tinha valor de mercado de 33 bilhões de dólares, mais que o dobro do da potencial compradora.
Mas o novo controlador da Paramount é David Ellison, filho de Larry Ellison, dono da big tech Oracle e cujo patrimônio é estimado em 400 bilhões de dólares.
Uma fusão desse porte, se ocorrer, reuniria catálogos de enorme peso cultural. A Warner Bros. é dona de Barbie, DC Comics, Harry Potter e séries como The White Lotus, além dos canais CNN, TNT, HBO e Discovery.
Já a Paramount Skydance traz marcas como Nickelodeon, MTV, Comedy Central e sucessos recentes de bilheteria como Top Gun: Maverick. No streaming, HBO Max e Paramount+ poderiam se unir para enfrentar rivais como Netflix, Prime Video e Disney+.
Apesar do entusiasmo com a ideia dessa consolidação, um acordo desse tamanho dificilmente passaria despercebido pelos órgãos reguladores nos Estados Unidos.
Questões antitrust como concentração de mercado e impacto sobre a concorrência certamente entrariam em pauta.
O caso mostra o quadro de dificuldade que atinge todo o setor de entretenimento americano, que não tem conseguido equilibrar negócios tradicionais de TV aberta e TV a cabo com o alto custo do streaming, em um cenário de disputas cada vez mais intensas.
Essa realidade tem levado os estúdios à se unirem ou serem comprados por outros, como a aquisição da MGM pela Prime Vídeo, a Paramount pela Skydance esse ano e a fusão da Warner Bros. com a Discovery em 2022 e a venda da 20th Century Fox para a Disney em 2019.
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