No Irã, junto a terroristas, Alckmin comete suicídio de reputação
Acaso Alckmin seja adversário do lulopetismo outra vez, poderá ficar tranquilo com o tradicional assassinato de reputações petista
No início dos anos 2000 e até 2014, pelo menos, a oposição ao Partido dos Trabalhadores (PT), no Brasil, era liderada pelo PSDB. Sim, havia outras legendas, digamos satélites, como o PFL, que virou DEM e deu origem ao atual União Brasil, mas sempre foram os tucanos os grandes rivais do lulopetismo, sobretudo no plano federal.
Fernando Henrique Cardoso foi o único bem-sucedido na disputa com os petistas. FHC bateu Lula em duas ocasiões, 1994 e 1998. Depois, Lula venceu José Serra (2002) e Geraldo Alckmin (2006), e Dilma derrotou o mesmo Serra (2010) e Aécio Neves (2014). Após a Lava Jato, o PSDB perdeu totalmente a relevância nacional.
Tanto é que, nas eleições presidenciais de 2018, os tucanos amargaram um vexatório 4º lugar no primeiro turno – atrás de Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), com minguados 5% dos votos. Foi a última participação nacional do PSDB, que em 2022 apenas indicou a vice, Mara Gabrilli, na chapa de Simone Tebet (MDB).
Assassinato de reputações
A expressão acima tornou-se mais conhecida no país com o lançamento do livro de mesmo nome, de autoria do delegado de polícia e ex-deputado estadual Romeu Tuma Jr., filho do todo-poderoso Romeu Tuma, falecido em 2010. Turminha, como é conhecido no meio político, narra, dentre outros assuntos, os métodos petistas de “fazer política”.
Grosso modo, “assassinato de reputações” é a disseminação orquestrada, e em massa, de notícias – muitas vezes falsas, deturpadas ou exageradas – sobre adversários políticos. Dois dos exemplos mais notórios, justamente envolvendo o PT, foram as campanhas mentirosas, por duas vezes (2014 e 2018), contra Marina Silva (Rede), atual ministra de Lula.
Curiosamente, Marina e Alckmin, hoje, navegam no mesmo barco que combateram e por quem foram combatidos, muitas vezes de forma desleal. No caso do “picolé de chuchu”, atual vice-presidente da República, a situação chega a ser, além de constrangedora, praticamente uma confissão de ampla, geral e irrestrita falta de pudor.
Corrupção e cena do crime
Prestem atenção nisso, por favor: “Candidato Lula, de onde veio o dinheiro sujo, 1.75 milhão em dinheiro vivo, reais e dólar, para comprar o dossiê fajuto?”. “Se há alguém que não tem moral para falar de ética, é o governo Lula”. “O Lula é o retrato do PT, partido envolvido em corrupção, sem compromisso com a ética, sem limites.”
São algumas das declarações públicas, e em debates, de Geraldo Alckmin sobre Lula. Porém, a mais conhecida, talvez, seja a proferida na campanha de 2018: “Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ele quer voltar à cena do crime”. Bem, não restam dúvidas do que o tucano pensa de seu novo BFF (Best Friends Forever).
Assim, ao se candidatar como vice-presidente de Lula em 2022, Alckmin rebaixou-se como político e como personagem histórica da política paulista. Poderia figurar no rol dos grandes estadistas de São Paulo, mas preferiu a vaidade, o apego ao Poder e a crença inocente de que será ungido como sucessor do chefão do PT em 2026.
Fundo do poço
Mas nunca é suficiente, para algumas pessoas, o último degrau – de cima para baixo, claro. É preciso descer mais e mais, sempre. Nem que seja necessário, para isso, cavar um buraco sem fim. E Geraldo Alckmin, ao que parece, decidiu seguir esse caminho. Vê-lo com o boné do MST não foi nada diante de outras demonstrações de desapego pelo passado.
Ao erguer os braços e urrar feito um louco “Lula, Lula, o maior líder popular deste país, viva Lula, viva os trabalhadores”, como fez em um evento para sindicalistas, depois de tudo o que já disse a respeito de seu novo parça, Alckmin apenas reforçou minha tese. Mas o pior ainda estava por vir, e de fato veio, nesta triste terça-feira (30).
Prestigiando a posse do novo presidente do Irã – sim, Irã -, Masoud Pezeshkian, aquele que já se apresentou como um “simples” Geraldo ombreou, literalmente, com líderes terroristas do Hamas, dos Houthi, do Hezbollah, da Jihad Islâmica e sabe-se lá quantos outros facínoras sanguinários, financiados pelos aiatolás iranianos.
Acaso amanhã, ou depois, Alckmin encontre-se adversário do lulopetismo outra vez, ao menos poderá ficar tranquilo com o tradicional assassinato de reputações petista. O ex-tucano vem praticando, com louvor, o autoextermínio político. É um verdadeiro “suicida” da própria reputação. Que descanse em paz, se conseguir.
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