Lula quer Brasil e o mundo agradecendo a Haddad
Só na cabeça de Lula e seus áulicos, o ministro e o governo são eficientes e prestam inestimáveis serviços ao país
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A grandiloquência que Lula confere a si mesmo, considerando-se o único, o primeiro, o maior e o melhor em tudo, inclusive no quesito honestidade – “a alma mais honesta desse país” -, o que comprova, no mínimo, seu total descolamento da realidade, vez por outra ganha contornos ainda mais irônicos.
O pai do Ronaldinho dos Negócios já se comparou a Jesus, a Deus e também já disse não ser uma pessoa, mas uma ideia. O “nunca antes na história desse país” tornou-se um bordão tão patético quanto o próprio autor. Mas Lula é superlativo, sim: em mentiras, mistificações e envolvimento com corrupção.
Porém, às vezes, até mesmo para seus padrões messiânicos, o chefão petista exagera. Na quinta-feira, 30, em entrevista coletiva, além de desfilar uma série de bobagens e anunciar sua candidatura – a sexta!! – ao Planalto, o presidente da República, em eterna campanha, declarou, sem nem mesmo enrubescer face:
Bonita camisa, Fernandinho*
“Eu acho que o Kassab foi injusto com o companheiro Haddad no ministério da Fazenda. É importante a gente lembrar, eu posso não gostar pessoalmente de uma pessoa, mas não reconhecer que o companheiro Haddad começou o governo coordenando a PEC da transição, porque a gente não tinha dinheiro para governar o país em 2023”.
Para quem não sabe, a tal PEC da Transição é uma das principais causas do descontrole fiscal atual. Já sobre arcabouço fiscal e Fernando Taxxad, Lula comentou: “O companheiro Haddad coordenou com o Congresso uma indicação de uma seriedade administrativa estupenda”. Bem, se o leitor amigo entendeu, favor me explicar. E continuou:
“Depois, o companheiro Haddad coordenou uma coisa que o Brasil vai agradecer e o mundo também vai agradecer, que foi a aprovação da Reforma Tributária. Jamais houve uma reforma tributária, sabe, feita em um regime democrático, jamais! Uma política tributária aprovada, sabe, com um congresso funcionando, independente”.
Caia na real, presidente
Vamos por partes: o arcabouço fiscal não apenas foi como é uma peça de ficção, tanto que precisou de uma – tão ineficaz quanto – medida de corte de gastos, desastrosamente construída e anunciada no final do ano passado, que depreciou o real de forma significativa em poucos dias. Ou seja, de injusto, até agora, Kassab não tem nada.
Já sobre reforma tributária, dizer o quê? Que o Brasil terá o maior IVA do mundo? Que a carga tributária em relação ao PIB está próxima de 35%? Que a promessa de não aumento de impostos não se concretizou? Alguém poderia me explicar por que diabos, então, eu tenho de agradecer o ministro Fernando Haddad?
Se o Brasil não tem motivos para gratidão e Gilberto Kassab os tem de sobra para suas críticas ao ministro da Fazenda, por que, então, o mundo deveria ser grato a Haddad? Só na cabeça de Lula e seus áulicos, o ministro e o governo são eficientes e prestam inestimáveis serviços ao país que, ingrato, não retribui sob a forma de reconhecimento e elogios.
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Comentários (2)
Amaury G Feitosa
01.02.2025 11:14. a DITADURA bota no meu rabo três vezes ao dia e ainda tenhoi de sair cantando feito galinha quando pôe o ovo? aí não meu fie ...
jni
31.01.2025 21:38Essa megalomania seria cômica se não estivesse ferrando o país.