E o pacote de corte de gastos, Haddad?
"Como as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico, acredito que estejamos prontos esta semana para anunciar", disse Haddad, na segunda-feira, 4.
Após mais uma rodada de conversas entre o presidente Lula (PT) e ministros, nesta sexta-feira, 8, o governo adiou novamente a decisão sobre o anúncio do corte de gastos, que estava previsto para esta semana, em meio à alta do dólar e a queda da bolsa de valores.
Desde segunda-feira, 4, o petista se reúne diariamente com os ministros para entender o andamento das pastas e avaliar as medidas que serão adotadas.
O Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, cancelou uma viagem á Europa, atendendo a um pedido de Lula, para “se dedicar a temas domésticos“.
Haddad estava otimista, no início da semana, para o anúncio do pacote:
“Minha ida [à Europa] estava dependendo dessa definição, se esta semana ou semana que vem seriam feitos os anúncios. Como o presidente [Lula] pediu para eu ficar e como as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico, acredito que estejamos prontos esta semana para anunciar [o pacote]”, disse o ministro.
Estiveram presentes, no primeiro encontro, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e a ministra da Gestão e Inovação em Serviço Público, Esther Dweck.
Os ministros Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, Nísia Trindade, da Saúde, e Camilo Santana, da Educação, foram chamados para entenderem como as pastas as quais comandam podem ser afetadas com a adoção do corte de gastos.
Após todas as reuniões, não houve um consenso entre os integrantes do governo para o anúncio das medidas.
“Arrumar a casa”
Deputados de oposição criticaram a viagem que Haddad faria para a Europa.
O vice-líder da oposição na Câmara, Marcel Van Hattem, afirmou que, antes de viajar para “vender” o Brasil lá fora, Haddad deveria “arrumar a casa”.
“O governo, infelizmente, está cumprindo a cartilha do PT: gasto sem responsabilidade e desrespeito com qualquer tipo de trava. Não cumprem nem o próprio arcabouço fiscal que criaram, muito mais frágil do que o teto de gastos anteriormente vigente”, disse à CNN Brasil. “Haddad vai ao exterior vender o quê, para quem? Precisa arrumar a casa primeiro, mas a viagem talvez demonstre justamente isso: que aquilo que deveria ser prioridade não será feito.”
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