Fim da escala 6×1 para o Comando Vermelho
E se o relutante governo Lula estendesse sua eleitoreira pauta trabalhista para lidar com o crime organizado? Pelo menos soaria mais à vontade
O governo Lula se movimenta com relutância após a Operação Contenção.
Pressionado pelo clamor popular revelado pelas pesquisas de opinião, que indicaram aprovação da ação policial contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, principalmente em favelas, o presidente sancionou um projeto de lei apresentado pelo senador Sergio Moro (União-PR) e assinou às pressas um projeto de lei antifacção, para aumentar as punições aos faccionados.
O fato é que os lulistas estão se sentindo como peixes fora d’água no debate sobre segurança pública.
Os “especialistas” que apoiam as políticas da esquerda brasileira há anos nessa área se encastelaram nas universidades e ongs, onde o debate sobre essa questão, entre tantos outros, foi interditado.
Longe da realidade
A consequência é esse distanciamento abissal entre aquilo que dizem os “especialistas” e os anseios dos brasileiros, que confrontam suas análises nas redes sociais com o que dizem os próprios policiais, inclusive os que participaram da megaoperação, e imagens do confronto, que a esquerda brasileira prefere classificar como “chacina” apesar de os criminosos estarem fortemente armados.
No esforço para contornar a questão que de fato deve ser enfrentada (a expansão do crime organizado), os lulistas reclamam da Operação Contenção apelando para argumentos como o de que ela não resolve o problema da segurança pública — ainda que o próprio nome da ação reconheça isso, e ela tenha sido deflagrada para reagir a torturas e execuções identificadas em investigação.
Os governistas também apelaram para o argumento falacioso de que a única forma efetiva de enfrentar o crime organizado é a asfixia financeira — isso, obviamente, é parte do trabalho, assim como retomar territórios conquistados pelas facções criminosas por meio de violência brutal.
Há também quem questione as pesquisas que mostraram apoio à ação policial, seja insinuando que os números foram mal coletados ou colocando em questão a opinião dos brasileiros, que estaria contaminada pelas emoções decorrentes da submissão a um violento poder paralelo.
Trabalhadores?
O desconforto da esquerda brasileira é tão grande que a vereadora Karen Santos (PSOL), de Porto Alegre, chegou a abordar a questão do ponto de vista trabalhista, ao dizer que os traficantes fazem parte de uma “cadeia produtiva” e que “são trabalhadores megaexplorados”.
Olhando por esse lado, talvez seja o caso de incluir os faccionados entre os contemplados pelo eleitoreiro projeto de fim da escala de seis dias trabalhados por um folgado, apresentado pela deputada federal Erika Hilton, do mesmo PSOL, e abraçado de forma oportunista pelo lulismo.
Assim, podendo folgar mais, os trabalhadores do crime dariam menos trabalho à polícia e poderiam usufruir dos frutos do tráfico e da extorsão por mais tempo, e todos sairiam ganhando — menos a população brasileira, infelizmente, mas o governo não parece mesmo muito preocupado com isso.
Leia mais: E se a favela preferir a polícia?
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