Crusoé: O Irã vai apelar para a bomba nuclear?
Derrota do Hezbollah pode levar o aiatolá Ali Khamenei a pensar que só a bomba atômica poderá protegê-lo de um ataque
A eliminação do secretário-geral do Hezbollah, Nassan Nasrallah, a neutralização de quase todos os membros da cadeia de comando do grupo terrorista e a destruição de seus armazéns de armas e lançadores de mísseis e foguetes no Líbano constituem uma derrota sem precedentes para o Irã.
O Hezbollah, afinal, nasceu nos anos 1980 como um produto da política externa dos aiatolás iranianos, que tinham acabado de sair vitoriosos da Revolução Iraniana de 1979.
A decisão iraniana de criar o Hezbollah tem raízes históricas. Logo após a revolução, o Irã foi atacado pelo Iraque, do ditador Saddam Hussein, com apoio dos Estados Unidos. No conflito, travado entre 1980 e 1988, um milhão de pessoas morreram.
A partir de então, o Irã passou a se projetar no mundo, financiando e treinando grupos terroristas em vários países e territórios, como Síria, Iraque, Líbano e na Palestina. Entre todos esses grupos tenebrosos, o mais próximo dos iranianos era, sem dúvida, o Hezbollah.
Com essa expansão global, o Irã buscava evitar um novo ataque, como o dos iraquianos.
Os iranianos calcularam que, se tivessem braços armados em vários países, principalmente em torno de Israel, um aliado americano, isso serviria como uma ferramenta de dissuasão, já que o país persa poderia responder a um ataque ao seu território de múltiplos lugares.
Além desse conceito de autodefesa, contribuiu para esse raciocínio estratégico alguns traços do islamismo xiita, como uma visão de que o fim do mundo está próximo e uma cultura que valoriza o martírio.
Com o Hezbollah sendo duramente castigado no Líbano, o Irã pode entender que sua própria defesa está sendo arruinada.
Quanto falta para a bomba nuclear iraniana
Assim, uma das questões que estão sendo levantadas agora é se o Irã poderia reagir à derrota do Hezbollah finalizando sua bomba nuclear.
Caso o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei (foto), decida reativar a sua linha de produção subterrânea, restaria apenas uma semana para obter a quantidade suficiente de urânio enriquecido para um artefato nuclear.
Siga a leitura em Crusoé. Assine e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (3)
Paulo Pires
01.10.2024 12:40Artigo do tipo "Buemba! Buemba!" do José Simão.
Jorge
01.10.2024 00:09Previsão um tanto exagerada, pois ainda que possível, é muito improvável. O que está acontecendo a linha editorial da Crusoé?
Marian
30.09.2024 19:53Não