Bolsonaro transforma novo drama em mais uma triste exploração política

24.04.2025

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O Antagonista

Bolsonaro transforma novo drama em mais uma triste exploração política

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Ricardo Kertzman
4 minutos de leitura 15.04.2025 12:50 comentários
Análise

Bolsonaro transforma novo drama em mais uma triste exploração política

Na manhã desta terça-feira, 15, o ex-presidente divulgou imagens, caminhando pelos corredores do hospital ao lado da equipe médica

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Ricardo Kertzman
4 minutos de leitura 15.04.2025 12:50 comentários 6
Bolsonaro transforma novo drama em mais uma triste exploração política
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Políticos, via de regra, não são seres humanos “normais”. Usei aspas porque, como sabido, de perto, ninguém é. Mas, convenhamos, essa turma é um pouco mais anormal que a média.

Costumo brincar que políticos olham primeiro para o próprio umbigo. Depois, para o próprio pé. Em seguida, para o espelho. Daí, sobrando tempo, olham para a família e os amigos. Um dia, acordam e se lembram de um tal eleitor. Sujeito esquisito que acredita no que eles prometem, lhes confia o voto e nunca mais aparece. Ou melhor, aparece quatro anos depois e faz tudo igual.

Transtornos de personalidade e doenças psíquicas todos nós temos, em maior ou menor grau. Somos humanos, afinal. Porém, novamente, os políticos estão em patamar bem mais elevado. Vejam Donald Trump, por exemplo. E não. Não estou me referindo ao que está fazendo com o mundo neste momento.

Escapou por pouco

Em 13 de julho de 2024, durante a campanha presidencial, em meio a um comício em Butler, na Pensilvânia, o então candidato foi alvejado na orelha direita por um disparo de fuzil e só não teve o crânio explodido por milésimos de segundos e ínfimos milímetros. Não tivesse torcido o pescoço e o projétil lhe teria enviado para o além. Como reagiu o sujeito após o disparo? Levantou-se, ergueu o punho direito e posou triunfante, com a bandeira americana atrás de si.

Ok. Aquilo foi instinto. No calor do momento, cheio de adrenalina percorrendo sua corrente sanguínea e tudo mais. Mas e as horas seguintes? Os dias seguintes? Algum trauma? Depressão? Estresse pós-traumático? Questionamento sobre a vida e a morte? Que nada. Foi como se não tivesse sido com ele. Trump continuou a corrida eleitoral como se nada tivesse acontecido. Qualquer ser humano “normal” reagiria de forma totalmente inversa. E adversa.

De igual sorte, outra vez, assistimos a mais um show de exploração política envolvendo a saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro, às voltas, novamente, com mais uma grave cirurgia em decorrência do atentado à faca, sofrido durante a campanha eleitoral de 2018. Importante: a exploração política parte de si e de sua família.

Reality show tupiniquim

À época da tentativa de seu assassinato, em Juiz de Fora, Minas Gerais, o então deputado e candidato deixou-se fotografar com a barriga exposta e outras cenas íntimas, que deveriam ser restritas aos médicos e familiares, para que seu filho Carlos produzisse peças eleitorais e as distribuísse em redes sociais.

De lá para cá, sempre que algum evento médico ocorre, a tática se repete, já se tornando um padrão. Bolsonaro expõe ao país seu quadro clínico e, além de se vitimizar, vende-se como uma espécie de super-herói messiânico redentor. Mal fora internado na sexta-feira, 11, em Natal (RN), e o “espetáculo eleitoral” começou, tendo a devida sequência até a cirurgia de domingo, 13, em Brasília.

Na manhã desta terça-feira, 15, o ex-presidente, que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por atos golpistas, já divulgou imagens do pós-operatório, caminhando pelos corredores do hospital ao lado da equipe médica. Nesta hora, o marketing funciona – e sobra – para todo mundo. Ou melhor, para aqueles que realmente não se importam com a própria intimidade e/ou não sofrem pelos problemas de saúde de um ente querido. Fosse eu, ou um familiar querido, estaria pensando em tudo, menos em exposição e propaganda política. Mas eu sou “normal”. Acho.

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Ricardo Kertzman

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Comentários (6)

Marilena Cavalheiro

17.04.2025 18:44

Quando, chegando de viajem em 2018, escutei no rádio o "suposto atentado" e. Na correria , o filho que o acompanhava disse: foi só um arranhão ....também foi ventilado uma suposta hérnia que deveria ser operada. Na iminência de perder a eleição veio a vitimizacao explorada até hoje. Pq tbem não foram descobertos os mandantes ?


Joe Luis França da Nova

16.04.2025 10:03

Sim é verdade, fazem (os) tudo do mesmo e querem (os) resultados diferentes.


Angelo Sanchez

15.04.2025 21:54

Muitos acreditam que o “descondenado” nunca foi condenado por corrupção e acredita que Bolsonaro está fazendo teatro e a facada não existiu. A ignorância faz milagres, até a eleição de um corrupto condenado e “descondenado”


Um_velho_na_janela

15.04.2025 18:58

Cruel e desumano e retardar a compra de vacinas para negociar a propina embutida e contribuir com a morte de mais de 700 mil inocentes.


Mariade

15.04.2025 14:24

comentário desnecessário, cruel e desumano. E voce, caro jornalista, não foi o alvo, a vítima desse atentado vil que a esquerda até hoje insiste em chamar de "fakeada" e faz piadas terríveis nas redes. Veja o que foi publicado hoje em forma de piada num site de notícias tido como "sério". Tudo isso é revoltante. Nunca me aprouve desumanizar nem um nem outro. E pior, pago para ler isso.


Um_velho_na_janela

15.04.2025 14:10

Bolsonaro substitui o "panem et circenses" pelo "morbus et medicina", o respeitável e ignorante público adora e bate palmas.


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