Toffoli foi ao Peru em jatinho com advogado do caso Master
Viagem para ver a final da Libertadores ocorreu dias antes de ministro centralizar decisões do caso que envolve dirigentes do banco
O ministro Dias Toffoli (foto) viajou a Lima no jatinho privado do empresário Luiz Oswaldo Pastore dias antes de impor sigilo máximo e assumir o controle total do processo que envolve Daniel Vorcaro e diretores do Banco Master no Supremo Tribunal Federal, diz O Globo. O magistrado foi ao Peru para acompanhar a derrota do Palmeiras na final da Libertadores. No mesmo voo estavam Pastore e o advogado Augusto Arruda Botelho, ex-secretário nacional de Justiça do governo Lula.
A presença de Arruda Botelho chama atenção porque foi justamente um recurso apresentado por ele, em defesa de Luiz Antonio Bull, diretor de Compliance do Banco Master, que levou Toffoli a liberar acesso a todas as provas já produzidas pela Polícia Federal e consideradas de interesse do cliente.
A decisão de Toffoli também transferiu ao STF — na prática, a ele próprio — a supervisão de qualquer nova medida de investigação, retirando essa função da Justiça Federal. O ministro justificou o sigilo máximo afirmando que buscava “evitar vazamentos que obstaculizem as investigações”.
A viagem ao Peru ocorreu poucos dias antes dessas decisões. Toffoli viajou com Pastore e, por coincidência, com o mesmo advogado que acabou tendo um recurso acolhido no processo que agora está sob guarda direta do ministro.
Leia também: Toffoli voltou de Roma em jatinho de empresário
Daniel Vorcaro
Na última quarta-feira, 3, Toffoli determinou assumir o controle sobre a investigação que mira o empresário Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master. A decisão concentra no magistrado a competência para avaliar e autorizar qualquer procedimento futuro referente ao inquérito.
O executivo é suspeito de envolvimento em um esquema de fraudes financeiras que teria gerado um prejuízo estimado em pelo menos R$ 10 bilhões.
Toffoli estabeleceu que “qualquer medida judicial há de ser avaliada previamente por esta Corte e não mais pela instância inferior”.
A resolução especifica que, “por supostamente envolver pessoa com prerrogativa de foro e função, conforme noticiado na mídia nacional”, toda diligência precisa da aprovação de Toffoli, que conclui: “Mantenho o sigilo decretado a fim de evitar vazamentos que obstaculizem as investigações”.
Patrocínio Master
Entre 2022 e 2024, o Banco Master financiou ao menos cinco eventos que contaram com membros da Corte.
Entre eles, Toffoli participou do Fórum Jurídico Brasil de Ideias, em Londres, em abril do ano passado.
O ministro esteve no painel “Riscos e benefícios da inteligência artificial para as eleições e a indústria do Brasil”.
No encerramento, estavam ainda Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski e o presidente do Senado Davi Alcolumbre.
Toffoli não esclareceu quem custeou suas despesas com passagem e com hotel.
O Grupo Voto, que organizou o evento, afirmou ter bancado as despesas com passagens aéreas e hospedagem, mas não revelou os valores exatos e a lista completa de patrocinadores.
Roma
Entre 11 e 12 de outubro de 2024, Toffoli participou em Roma de um evento do grupo Esfera, que teve como um dos patrocinados o grupo JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista.
Na ocasião, o magistrado também retornou ao Brasil no avião de Luiz Osvaldo Pastore. O empresário concorreu ao Senado em 2022 como suplente na chapa de Flávia Arruda.
Pastore é empresário do setor de importação de cobre e alumínio e, em 2022, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 453,5 milhões.
Em 2018, Pastore tentou obter —sem sucesso— uma vaga no Senado italiano pela Liga Norte, o partido de Matteo Salvini, que apoiou a eleição de Giorgia Meloni como primeira-ministra da Itália.
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Comentários (9)
Osmair Mendonça
07.12.2025 21:08Bandido!
Emerson
07.12.2025 15:37Isso é do peru .......
Luiz Filho
07.12.2025 15:18Vergonha na cara ZERO! Ética, não tem ideia do que seja
Andre Luis Dos Santos
07.12.2025 15:01Ah, mas isso não tem nenhum problema. Problema é o Dallagnol e o Moro terem trocado mensagens; ou o Moro fazer piadinha de festa junina sobre o GM. Eu acho que o nível de canalhice dos políticos e da "justiça" está chegando num ponto onde o país se tornará inviável.
Clayton De Souza pontes
07.12.2025 14:43Esse PToffoli não tem limites. Se esse país fosse sério esse senhor estaria vendo o sol nascer quadrado
Magdalena Buzolin
07.12.2025 13:28Esta turma nem tenta disfarçar a podridão em que se encontram…
Claudemir Silvestre
07.12.2025 13:25Quanta SUJEIRA deste governo LULA-PT !!! E agora STF nessa sujeira toda ??!!
Rosa
07.12.2025 12:41Este é o nosso Brasil varonil!!!!
Denise Pereira da Silva
07.12.2025 12:36Um ministro acima de qualquer suspeita. Isenção total.