O domo de calor, um fenômeno meteorológico que ficou popular recentemente devido aos efeitos observados em diversas partes do mundo, é algo já bastante conhecido por meteorologistas e climatologistas. “Essa expressão significa essencialmente a mesma coisa que uma onda de calor”, explica Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo.

Onde acontece o domo de calor?

Este fenômeno ocorre em virtude de uma área de alta pressão que acaba inibindo a formação de nuvens de chuva. No Brasil, a onda de calor que partiu da Argentina na semana passada deve fazer com que as temperaturas cheguem a 38°C em cidades do Rio Grande do Sul nos próximos dias.

“Com a alta pressão atuando por vários dias consecutivos, o ar seco vai predominando, o que acaba provocando um aumento consecutivo da temperatura”, diz Luengo.

Qual o impacto do domo de calor no Brasil?

O domo de calor irá afetar principalmente a região Sul do país, mas não deve influenciar significativamente as demais regiões. É comum que algumas cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina registrarem temperaturas acima dos 40°C neste período do ano.

O fenômeno El Niño e o domo de calor

Fábio Luengo também explica que o fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, colabora para a formação das ondas de calor. “Na América do Sul, sua ocorrência deixa o sul do continente mais quente na Argentina, no Uruguai, no sul do Brasil, até pegando parte do Paraguai, e Chile. Então, é normal deixar mais quente, ainda mais nessa época do ano que é normal esquentar bastante”, afirma o meteorologista.

Alerta no Rio Grande do Sul

Com o domo de calor afetando a região, um sistema de alta pressão em níveis médios da atmosfera ganhará força sobre o Rio Grande do Sul nos próximos dias, inibindo a formação de nuvens carregadas. Isso resultará na ausência de chuvas e no aumento da temperatura, que pode variar até 5ºC acima da média em algumas áreas.

Este cenário eleva o risco de insolação, desidratação, agravamento de doenças ligadas ao coração e até risco à vida humana, de acordo com alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

O aumento da chuva e do calor intensifica a proliferação do mosquito da dengue, o que demanda aumento na prevenção.

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