Não durou três dias o acampamento “pró-Palestina” da USP. Acabou porque sextou? Não durou três dias o acampamento “pró-Palestina” da USP. Acabou porque sextou?
O Antagonista

Não durou três dias o acampamento “pró-Palestina” da USP. Acabou porque sextou?

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Madeleine Lacsko
3 minutos de leitura 10.05.2024 18:04 comentários
Madeleine Lacsko

Não durou três dias o acampamento “pró-Palestina” da USP. Acabou porque sextou?

O acampamento foi feito com 20 a 30 barracas no vão da FFLCH, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP

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Madeleine Lacsko
3 minutos de leitura 10.05.2024 18:04 comentários 2
Não durou três dias o acampamento “pró-Palestina” da USP. Acabou porque sextou?
Arte: O Antagonista

O finado acampamento “pró-Palestina” da USP tem todas as condições de garantir seu posto entre os protestos mais ridículos. Disputa apertada com uma ocupação de estudantes que, anos atrás, fez uma lista de necessidades básicas da qual constavam leite condensado e Nescau.

Os Che Guevaras de apartamento, turbinados por um misto de narcisismo e comodismo, sempre nos trazem pérolas no campo dos protestos inócuos. Lembro de um famoso bravateiro de internet que foi acusado de não fazer atos políticos concretos. Orgulhoso, explicou seu ato: numa corrida de carros da qual participou, ostentava uma faixa pedindo o fim da guerra no Iraque.

Ainda assim, o acampamento da USP é mais ridículo. Toda a movimentação pró-Palestina dos estudantes parte de uma ideologia contra o colonialismo estadunidense. Precisam ser contra Israel porque os EUA são a favor. Só que eles próprios copiam os estudantes dos EUA e chegam a dizer isso claramente no protesto.

O timing mostra a desconexão com a realidade. Faz meses que a guerra começou e semanas que estudantes começaram seus protestos no exterior. Por que começar esse no Brasil justo na semana da tragédia no Rio Grande do Sul?

O acampamento foi feito com 20 a 30 barracas no vão da FFLCH, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Foi apoiado por sindicatos e por partidos, como o PSTU. Teve muita live, faixas maravilhosas e até comidinhas enviadas pelo restaurante palestino Al Janiah, um hit entre os modernosos da esquerda festiva.

Nos microfones, os acampados diziam que o movimento estudantil brasileiro estava se juntando a um movimento internaciona. É o bom e velho antissemitismo de esquerda, cantarolando “Palestina livre do rio ao mar”, ou seja, o fim de Israel. Claro que a turba também partiu para cima de um estudante judeu, faz parte do pacote.

A faculdade não chegou a responder as exigências dos manifestantes e sequer começou algum tipo de negociação. Geralmente movimentos terminam quando têm suas reivindicações atendidas. Mas este terminou quando sextou.

Ontem foi feita uma assembleia em que os bravos guerreiros decidiram acabar com o acampamento e ir para casa. Dizem que agora farão novos protestos. Alguns disseram a jornalistas que foi importante mostrar que conseguiam montar um acampamento de protesto. Agora sim a guerra acaba.

Temos uma legião de jovens viciada em protestos absolutamente inócuos. Patrulham instagram dos outros, exigem a incorporação do todEs ao vocabulário, rotulam de bolsonarista quem discorda deles, se juntam para tirar emprego e patrocínio de quem questiona. Nada disso ajuda nas causas que dizem defender, só atormenta os outros.

Saíram das redes com um protesto nos mesmos moldes, absolutamente inócuo para resolver a guerra. Era, no entanto, sensacional para fazer live e fingir ser militante. Nem isso conseguiram fazer por mais de três dias. Dizem por aí que é capaz de voltarem segunda, mas só depois das 11 horas da manhã, quando acordam.

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Madeleine Lacsko

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Comentários (2)

Marcia Elizabeth Brunetti

2024-05-16 15:11:23

Esse tipo de estudante conseguiu fazer com que eu tenha nojo até de passar na frente do Prédio da 1ª Universidade Brasileira, a UFPR (fundada em 19 de dezembro de 1912), que deveria me encher de orgulho, por ser paranaense.


Angelo Sanchez

2024-05-15 15:50:50

A cerveja venceu.


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