Crusoé: “E tudo se acabar na quarta-feira”
Então é Carnaval. E eu nunca pulei na rua, nunca entrei num bloco, nunca caí na folia. Ruim da cabeça e doente do pé, bom sujeito não sou. A ausência total de ginga e ritmo integra-se à inesgotável lista das minhas inabilidades físicas e insuficiências intelectuais, diz Jerônimo Teixeira na Crusoé...
Então é Carnaval. E eu nunca pulei na rua, nunca entrei num bloco, nunca caí na folia. Ruim da cabeça e doente do pé, bom sujeito não sou. A ausência total de ginga e ritmo integra-se à inesgotável lista das minhas inabilidades físicas e insuficiências intelectuais, diz Jerônimo Teixeira na Crusoé.
“Vejo o Carnaval de longe, quando cruzo com os blocos que ocupam a minha vizinhança ou quando dou uma espiada nos grandes desfiles, pela TV. E o que mais me fascina no Carnaval é seu fundo inescapável de tristeza. Sim, o Carnaval me parece uma festa triste.”
“Minha percepção talvez seja confirmada pelos versos de duas canções diferentes, que fiz rimar lá no início do texto (quem não sabe versificar brinca com o verso alheio). O primeiro deles vem de A Felicidade, parceria de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Essa canção diz que a felicidade, ao contrário da tristeza, encontra seu fim na Quarta-Feira de Cinzas. O segundo é de Desde que o Samba É Samba, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. A letra não menciona o Carnaval, mas nem precisa: o samba ainda é o ritmo por excelência da festa. ‘Cantando eu mando a tristeza embora’, diz o refrão. Os compositores baianos estariam contradizendo Tom e Vinícius? Não creio. Há ambiguidades demais na canção: ‘O samba é o pai do prazer / O samba é filho da dor’. E tudo teima em ser ruim.”
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