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Resposta de Flávio Dino sobre o Comando Vermelho precisa ir além do Twitter

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Madeleine Lacsko
4 minutos de leitura 13.11.2023 19:21 comentários
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Resposta de Flávio Dino sobre o Comando Vermelho precisa ir além do Twitter

Explodiu uma bomba no colo de Flávio Dino. Não fosse a condescendência impressionante de parte da imprensa com o governo, a posição dele estaria ameaçada...

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Resposta de Flávio Dino sobre o Comando Vermelho precisa ir além do Twitter
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Explodiu uma bomba no colo de Flávio Dino. Não fosse a condescendência impressionante de parte da imprensa com o governo, a posição dele estaria ameaçada. O ministro da Justiça optou por uma manifestação no Twitter, mas precisará ir além disso.

Flávio Dino deixou claro o que já está em todas as reportagens: a reunião da primeira-dama do Comando Vermelho de Manaus não foi com ele, foi com assessores. Então reclamou que bolsonaristas estariam tentando colocá-lo numa reunião de que não participou.

O fato é que o Ministério da Justiça se mostrou incapaz de identificar líderes do crime organizado nacional, a ponto de admitir uma delas em quatro reuniões oficiais. Luciane Barbosa não é apenas casada com um dos criminosos mais perigosos do Brasil, é condenada por lavar dinheiro do crime organizado.

Ela consegue participar de reuniões oficiais no ministério justamente no momento em que o ministro enfrenta uma batalha contra o crime organizado, maior crise de sua pasta. Seja por ação ou omissão, não há desculpa para que ela tenha conseguido esse acesso, principalmente nesse momento.

Os próximos passos do ministro dirão o quanto ele está levando a sério a brecha. O pronunciamento no Twitter é o básico do básico da preservação da imagem. Resta saber se haverá ações concretas para evitar a repetição do fato e quais serão elas.

Luciane Barbosa tem uma conta de Instagram em que documenta suas andanças por Brasília. Tem uma ONG chamada Associação Liberdade do Amazonas, pela qual tem conseguido acesso a pessoas poderosas.

Ela tem fotos com parlamentares importantes da base do governo e fundamentais para a eleição do presidente Lula, como André Janones e Guilherme Boulos. Ambos dizem não ter a menor ideia de quem se tratava e alegam que ela estava nos corredores da Câmara misturada com diversas ativistas pelos direitos dos presos.

Ainda teremos investigações sobre quais seriam as intenções por trás de tantos encontros com pessoas poderosas. Mas há aqui algo evidente da forma de agir do crime organizado: a prática de conseguir fotos junto de poderosos.

É algo que geralmente ocorre em eventos. A pessoa vai a um deles, se mistura com a multidão e faz a selfie com o famoso. Dessa vez, ocorreu em prédios públicos e justamente naqueles que são o centro do poder do Brasil.

O caso concreto é que uma liderança do Comando Vermelho consegue se passar por ativista de direitos humanos quando cria uma ONG. Se solicitasse audiências por meio dessa ONG, haveria um risco palpável de que fosse identificada e barrada. Ela se mistura com outras ONGs para conseguir o acesso.

Vivemos na era da apoteose da superficialidade. A militância luloafetiva foi acostumada à lógica de que sua foto com alguém é a prova cabal de sua aprovação a tudo o que essa pessoa venha a fazer da vida. Fotos são a desculpa para perseguir pessoas e servem para invalidar tudo o que alguém diga.

Suponha que você tire uma foto com alguém e, cinco anos depois, essa pessoa mate alguém. Caso você critique Lula, essa foto será usada para invalidar todas as suas críticas, inferindo que você aprova assassinatos.

Foram os próprios luloafetivos que acostumaram sua militância a essa dinâmica. Exatamente por isso, fica difícil explicar a foto agora. Eles atacaram pessoas durante anos por causa de fotos com o Monark. Como explicar que suas lideranças mais proeminentes nas redes tenham foto com uma liderança do Comando Vermelho?

O uso mais óbvio dessas fotos pela criminalidade organizada é inferir, no âmbito local, uma influência e autoridade que não têm. Suponha que a pessoa pediu uma foto anonimamente a um deputado no corredor. Ninguém sabe qual a história que ela contará sobre o encontro em Manaus.

Falamos de uma pessoa envolvida com o crime. Ela pode muito bem resolver dizer que tem influência sobre autoridades ou intimidade com elas. Tudo a partir de uma foto.

A foto dá mais autoridade local. A autoridade local dá mais oportunidades de conseguir novas fotos. Só eu acho que as coisas andam fáceis demais para o crime organizado?

 

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