Brasília vota sob clima de tensão. Para onde se olha, há uma crise potencial para acontecer.

No Planalto, as pesquisas de opinião ligaram a luz vermelha e levaram o governo a entrar em frequência de campanha.

Isso significa não apenas fazer muita comunicação institucional com cara de propaganda, como também submeter decisões de governo ao crivo do marketing.

Com o país passando por um período de inflação, juros lá no alto e perda de credibilidade econômica, Lula diz para quem quiser ouvir que não pensa mais em medidas fiscais, mesmo com o Banco Central alertando que não consegue domar sozinho a escalada dos preços.

O que se vê é uma ação contrária do governo.

Enquanto o Copom aumenta a taxa de juros Selic, o Planalto anuncia isenção de IR e crédito consignado para o setor privado com lastro no FGTS.

Um rema o barco para um lado, e o outro para o sentido oposto.

Consignado

Abrindo um parêntese sobre esse consignado. Sua lógica explica bem como o Estado trata o cidadão como um trouxa.

Fulano tem parte do seu dinheiro retido compulsoriamente no FGTS. Os bancos, com permissão do governo, vão usar esse recurso, que é do fulano, como pagamento para um empréstimo que ele vai fazer para esse mesmo fulano.

Não seria mais fácil parar de reter o FGTS, transferi-lo diretamente para o bolso do fulano, para que ele não precisasse pegar dinheiro emprestado? Fecha o parêntese.

Emendas parlamentares

No Congresso Nacional, o receio está nas operações policiais contra possíveis desvios do uso de emendas parlamentares.

O ministro do STF Flávio Dino faz pente fino e causa apreensão a possibilidade de ele fazer uso político das informações que está coletando.

Já o magistrado Kássio Nunes Marques está com a operação Overclean sob sua responsabilidade. Ela apura suspeitas de desvios de recursos na Bahia que envolvem integrantes de pelo menos oito partidos. Dizem que há uma mini Lava Jato em potencial no caso.

Mas o STF também tem medo…

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