Leonardo Barreto na Crusoé: A falta que Bolsonaro faz ao STF
Qualquer analista político de Brasília sabe que nunca estivemos tão próximos de um impeachment de um ministro togado

Em um dos inúmeros programas dos quais participa e fala sem papas na língua, o ministro do STF Gilmar Mendes afirmou que, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro tivesse vencido a eleição de 2022, o tribunal seria alvo de mais ataques institucionais.
A declaração é descuidada porque alimenta rancores calçados em uma atuação supostamente parcial dos juízes responsáveis por administrar o último pleito e aquece uma panela de pressão, que não foi de forma alguma aliviada após a vitória de Lula.
Qualquer analista político de Brasília sabe que nunca estivemos tão próximos de um impeachment de um ministro togado.
Todos sabem que este será o tema principal da eleição para o Senado Federal, em 2026, e que a direita tem vantagem nesse quesito.
O cenário é tão evidente que, dizem nos bastidores, Lula trocaria a eleição de cinco governadores pela de um senador, temendo que a oposição domine a Casa.
Com o STF polarizando e entrando em controvérsias cada vez maiores, teria sido Bolsonaro um mero álibi para uma atuação duvidosa de ministros que compreendem pouco seu papel institucional?
Desde que Lula reinaugurou a normalidade institucional, como dizem, o STF cancelou o modelo de orçamento do Congresso e o deixou suspenso durante todo o segundo semestre de 2024, anulou a Lava-Jato, inocentou réus confessos, foi acusado de não conceder amplo direito de defesa aos participantes do 8 de janeiro e está sendo criticado até por membros do governo de aplicar penas desproporcionais. Ameaça regular as redes sociais na marra e faz defesa aberta dos supersalários de magistrados país afora.
A confusão é tanta que despertou o interesse da mídia internacional, que escreve sempre com ar escandalizado sobre a tolerância que a sociedade tem com ministros que estão o tempo todo participando de reuniões e festas patrocinadas pelas partes de processos que eles julgam.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, não mostra nenhum constrangimento em defender supersalários e defende o trabalho dos seu pares.
Depois, afirmou que o número de casos no Judiciário, em vez de significar…
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