Depois de vários empreendimentos de sucesso moderado nas áreas de games e comércio eletrônico, Colin Huang, fundador/dono da Temu e atualmente o homem mais rico da China, havia decidido se aposentar após enfrentar uma doença.

O jovem empreendedor ficou em casa por um ano pensando em seu próximo passo, resultando na criação da Pinduoduo em 2015, uma plataforma de comércio eletrônico conhecida por vender produtos muito baratos com grandes promoções.

Com um crescimento meteórico, Colin rapidamente ascendeu ao ranking das pessoas mais ricas do mundo, com seu patrimônio líquido atingindo o pico de US$ 71,5 bilhões no início de 2021.

No entanto, como muitos bilionários da era da covid-19, sua fortuna desmoronou tão rapidamente quanto subiu, recuando 87% em cerca de um ano devido à desaceleração da pandemia global e à repressão do governo chinês ao setor privado.

Colin Huang, dono da Temu e o homem mais rico da China

Colin Huang não é apenas mais um nome na lista de bilionários chineses, ele é o primeiro magnata da tecnologia a liderar o ranking de riqueza em mais de três anos, após a pressão do governo sobre as empresas privadas prejudicar rivais como o Alibaba, de Jack Ma.

Ao contrário de Ma, que era professor de inglês antes de fundar o Alibaba, Huang representa uma nova geração de empreendedores de tecnologia.

Aos 12 anos, entrou para a escola de elite Hangzhou Foreign Languages School, onde foi colega de classe dos filhos da elite política e social da China.

Após se formar em ciência da computação na Universidade de Zhejiang, Huang mudou-se para os EUA em 2002 para cursar um mestrado na Universidade de Wisconsin.

Temu: A chave para a recuperação

Depois de enfrentar um declínio acentuado, a PDD Holdings, empresa de Colin Huang, voltou a crescer.

Parte desse crescimento deve-se à expansão da Temu, sua loja online fora da China, que tem sido fundamental para contrabalançar uma demanda doméstica fraca.

Mas como essa loja online conseguiu tanto sucesso?

A Temu capturou os consumidores americanos cansados da inflação crescente com produtos baratos e sem marca enviados diretamente da China.

A marca chegou ao topo das lojas de aplicativos dos EUA pouco após sua chegada em setembro de 2022.

Este movimento estratégico gerou cerca de 248 bilhões de yuans (US$ 35 bilhões) em receita no ano passado, um salto de 90% em relação a 2022.

Legado de Colin Huang: Inovação e controvérsias

Mesmo depois de deixar o cargo de CEO da PDD em 2020 e a presidência do conselho em 2021, Colin Huang continua a influenciar o mercado global.

No entanto, sua trajetória não foi isenta de controvérsias.

A expansão da Temu e as exigências de trabalho rigoroso geraram uma série de protestos de fornecedores e manifestações públicas de trabalhadores.

Huang também enfrentou desafios legais e regulamentares.

Nos EUA, a empresa aproveita uma brecha comercial para enviar pacotes isentos de impostos de até US$ 800.

No Brasil, a questão semelhante levou o Congresso a aprovar uma lei criando um imposto de importação de 20% sobre compras de até US$ 50.

Modelo de Negócio da Temu

A Temu tem sido agressiva em suas campanhas de marketing, gastando milhões de dólares em anúncios de 30 segundos durante o Super Bowl e exibindo banners chamativos no site.

A estratégia de Colin Huang é clara: atrair consumidores com preços extremamente baixos e, eventualmente, aumentar gradativamente os preços à medida que os clientes ficam “viciados” na plataforma.

De acordo com Neil Saunders, analista de varejo da GlobalData Retail, “este é o momento de brilhar para varejistas como a Temu“, uma vez que os consumidores procuram preços baixos em um ambiente econômico desafiador.

Impactos legais e regulamentares nos EUA e Brasil.

Com um patrimônio de US$ 48,6 bilhões, Colin Huang tornou-se a pessoa mais rica da China, ultrapassando Zhong Shanshan.

A trajetória de Huang exemplifica a volatilidade e as enormes oportunidades no mercado de comércio eletrônico global, mostrando que, mesmo após grandes derrotas, é possível se reerguer e conquistar novos picos.