MP argentino é contra prisão domiciliar de Cristina Kirchner
Ex-presidente se apresentará à Justiça argentina para cumprimento imediato da pena

Os promotores da ação que resultou na condenação da ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, solicitaram ao tribunal que não lhe conceda prisão domiciliar para cumprir uma pena de seis anos por corrupção.
Segundo o MP argentino, “as razões humanitárias que a justificam não são evidentes”.
A defesa da ex-presidente, no pedido de cumprimento de prisão domiciliar, alegou questões de segurança e a idade avançada de Cristina, que tem 72 anos.
Ela anunciou que se apresentará à Justiça nesta quarta-feira, 18, para o início do cumprimento da pena.
Caso os juízes atendam à solicitação do MP, a ex-presidente cumprirá a pena em uma prisão comum.
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Condenação
Em 10 de junho, Suprema Corte da Argentina confirmou, por unanimidade, a condenação de Cristina Kirchner.
Os três juízes da instância máxima do tribunal argentino rejeitaram um recurso apesentado pela defesa de Cristina e mantiveram a proibição perpétua de exercer cargos públicos
No ano passado, a Câmara de Cassação havia ratificado a condenação da ex-presidente, considerando comprovada a administração fraudulenta durante seu governo ao favorecer o empresário Lázaro Báez com várias obras públicas na província de Santa Cruz.
O tribunal decidiu que Báez retribuía os benefícios recebidos através de acordos ilícitos envolvendo empresas ligadas à ex-presidente.
Aos 72 anos, ela deve cumprir pena em prisão domiciliar e não poderá concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa da Província de Buenos Aires.
“Perseguição política”
O advogado de Cristina, Gregorio Dalbón, está em campanha internacional para vender a ideia de que a condenação teve motivação política, assim como fez o presidente Lula, em 2019, quando foi condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Em entrevista ao jornal Crónica, Dalbón, afirmou: “Estou em Haia, no Tribunal Penal Internacional, apresentando uma denúncia por perseguição política devido à repressão na Argentina e a esta situação que comprometeu um dos líderes mais importantes da América Latina“, disse Dalbón em conversa telefônica com o Crónica HD.
O advogado afirmou que o “tema de Cristina não é jurídico, porque não há delito“.
Também falou que ela foi condenada “só por ser uma crítica, o mesmo que fizeram com Lula da Silva na Lava Jato“.
Dalbón pretende ainda ir para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA).
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