Márcio Coimbra em Crusoé: Incerteza política em Teerã
Ebrahim Raisi, além de presidir a teocracia iraniana, era o principal candidato a sucessor de Líder Supremo do Irã
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A morte de Ebrahim Raisi (foto) está muito além de ser apenas a perda do presidente do Irã, diz Márcio Coimbra em sua coluna na revista Crusoé.
“Raisi, além de presidir a teocracia iraniana, era o principal candidato a sucessor de Líder Supremo do país, posição ocupada por Ali Khamenei desde 1989. Uma ausência que torna todo o processo político do país mais nebuloso, liga um sinal de alerta para China e Rússia, além de gerar apreensão nos grupos terroristas financiados por Teerã. O desequilíbrio iraniano criar incertezas e tem potencial para movimentar as peças no jogo político do Oriente Médio.
Internamente, tudo se torna ainda mais turvo diante da teia de intrigas na alta cúpula do país porque o outro nome cotado para a sucessão de Khamenei é justamente seu filho, Mojtaba Khamenei. Porém, o Irã é uma teocracia islâmica republicana, longe de ser uma monarquia, aquilo que poderíamos inferir diante da possível escolha de um descendente direto para a sucessão do Líder Supremo. Além disso, vale lembrar que a presidência pode servir de plataforma para um clérigo ser alçado ao maior cargo do país. Esta era a aposta de Raisi, uma vez que foi o caso do atual, Ali Khamenei, presidente quando do falecimento do primeiro Líder Supremo, Ruhollah Khomeini, em 1989. Com o plano interrompido, resta saber que rumo tomará a elite política iraniana.”
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